pena de morte

EUA voltam a executar por fuzilamento após 15 anos; réu matou ex-sogros a golpes de taco

Um prisioneiro condenado à morte será executado por fuzilamento nos Estados Unidos, algo que não ocorre no país há quase 15 anos.
Às 18h no horário local (20h em Brasília), Brad Sigmon, 67, será levado à câmara de execução, onde será preso a uma cadeira e terá um alvo fixado sobre o coração – Crédito: Departamento Prisional da Carolina do Sul

Um prisioneiro condenado à morte será executado por fuzilamento nos Estados Unidos nesta sexta-feira (7), algo que não ocorre no país há quase 15 anos. A pena será cumprida na Carolina do Sul.

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Às 18h no horário local (20h em Brasília), Brad Sigmon, 67, será levado à câmara de execução, onde será preso a uma cadeira e terá um alvo fixado sobre o coração. Antes da execução, poderá dizer suas últimas palavras. Em seguida, um capuz será colocado em sua cabeça, uma cortina será aberta e três atiradores dispararão simultaneamente contra seu peito com balas projetadas para se fragmentar no impacto.

Caso não obtenha um adiamento de última hora da Suprema Corte dos EUA ou do governador, Sigmon será a primeira pessoa executada dessa maneira desde 2010 — e a quarta desde a retomada da pena de morte no país há 49 anos.

O método é raro nos EUA, mas amplamente utilizado em outros países que mantêm a pena capital. Em 2015, por exemplo, dois brasileiros foram fuzilados na Indonésia.

O prisioneiro admitiu ter matado os pais de sua ex-namorada com um taco de beisebol após ela se recusar a reatar o relacionamento. Segundo seus advogados, ele recusou outras formas de execução oferecidas pelo estado. A cadeira elétrica, que descreveu como um método que “cozinha vivo” o condenado, foi descartada. A injeção letal também foi rejeitada, pois ele temia morrer afogado pelo acúmulo do líquido nos pulmões.

Na quinta-feira (6), Sigmon recorreu à Suprema Corte para adiar sua execução, alegando falta de transparência sobre os componentes da injeção letal aplicada no estado.

A polêmica do pelotão de fuzilamento

Execuções por fuzilamento têm uma longa e controversa história nos EUA e no mundo. O método já foi usado para punir desertores militares, como justiça de fronteira no Velho Oeste e até como ferramenta de terror em regimes totalitários, como a antiga União Soviética e a Alemanha nazista.

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Nos últimos anos, porém, alguns defensores da pena de morte passaram a considerar essa prática menos cruel do que outras. Se os atiradores acertarem o alvo com precisão, a morte pode ser instantânea. Já a injeção letal pode provocar sofrimento prolongado, assim como a eletrocussão, que queima e desfigura o condenado. O gás nitrogênio, uma alternativa mais recente, também levanta dúvidas sobre o sofrimento causado.

A última execução desse tipo nos EUA ocorreu em 2010, quando Ronnie Gardner foi fuzilado em Utah. Seu irmão, Randy Gardner, rejeita a tese de que a morte por bala seja mais “humana“.

Isso será horrível e bárbaro“, disse à Associated Press. Ele se recusou a assistir à execução do irmão, mas guarda as fotos da autópsia. Mostrando as imagens, fez um alerta sobre a execução desta sexta-feira. “Com a munição que estão usando aqui, vai ser muito pior“, afirmou.

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A morte anunciada

A câmara onde Sigmon será executado fica a poucos metros do corredor da morte da Carolina do Sul, onde ele está há 23 anos.

Quando a cortina for aberta, familiares das vítimas, um advogado e três jornalistas assistirão ao procedimento através de um vidro blindado, substituído especialmente para essa execução.

Os atiradores ficarão a 4,6 metros de distância do condenado, posição semelhante à de um pênalti no futebol. Cada um estará armado com um rifle carregado com balas Winchester de calibre .308, desenvolvidas para se fragmentar ao atingir superfícies duras, como os ossos do peito. A destruição do coração será quase imediata.

Um médico confirmará a morte poucos minutos depois. O processo inteiro levará cerca de cinco minutos — um quarto do tempo necessário para uma injeção letal.

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