Após 12 anos sem notícias concretas, a família do jornalista americano Austin Tice, desaparecido na Síria, reforça o apelo para sua localização e libertação. Preso durante o regime de Bashar al-Assad, Tice é dado como vivo por seus familiares, que agora enxergam na queda do governo uma chance de reencontro.
Por que a família acredita que Austin está vivo?
“Sabemos que Austin está vivo e sabemos que está na Síria”, afirmou o irmão do jornalista, Simon Robert Tice, em declaração no domingo (8). Ele não compartilhou os detalhes sobre como a família chegou a essa conclusão, mas demonstrou confiança.
A irmã de Tice, Meagan Tice Malone, expressou otimismo com os recentes desdobramentos na Síria, destacando as libertações de prisioneiros que estão ocorrendo. “Estamos vendo prisioneiros sendo libertos e estamos acompanhando eles se reunirem com as famílias, pessoas que permaneceram detidas por anos. Esses encontros são alegres. Portanto, estamos extremamente esperançosos de que isso também acontecerá com nossa família nos próximos dias.”
A família também enviou uma mensagem direta aos líderes dos Estados Unidos, pedindo ação imediata. A família acrescentou que a mensagem para o atual governo americano e para o próximo não mudou. Eles apelaram tanto ao presidente Joe Biden quanto ao presidente eleito Donald Trump para intensificarem os esforços pela libertação de Tice.
Um conflito de consequências devastadoras
O desaparecimento de Austin Tice está inserido no contexto da guerra civil síria, iniciada em 2011 durante a Primavera Árabe. O conflito, que começou com revoltas pró-democracia reprimidas pelo regime de Assad, se transformou em uma guerra em grande escala, envolvendo grupos como o Exército Sírio Livre e o Estado Islâmico.
A Rússia apoiou o regime de Assad, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão contra o Estado Islâmico. Após anos de combates intensos e um cessar-fogo em 2020, a guerra está em estado de latência, mas deixou um rastro devastador: mais de 300 mil civis mortos e milhões de deslocados, segundo a ONU.
A família Tice agora aguarda com esperança que, em meio às mudanças no cenário político sírio, o caso de Austin finalmente encontre uma resolução e que ele possa voltar para casa.
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