
Nesta quinta-feira (22), os ministros de Relações Exteriores do G7 disseram que as medidas tomadas pelos talibãs contra as mulheres no Afeganistão podem constituir “um crime contra a humanidade”. Em um comunicado de imprensa, eles pediram que a decisão de proibir o acesso de meninas à universidade seja revertida.
Os chanceleres alertam Cabul sobre possíveis consequências perante o Tribunal Penal Internacional de Haia: “a perseguição baseada no gênero pode constituir um crime contra a humanidade previsto no Estatuto de Roma, de que o Afeganistão é um Estado Parte”.
“As políticas dos talibãs destinadas a apagar as mulheres da vida pública terão consequências na forma como nossos países interagem com os talibãs”, acrescentaram.
Nesta semana, o governo talibã no Afeganistão foi criticado no mundo todo com sua decisão de proibir o ensino superior para mulheres. A proibição foi anunciada menos de três meses depois que milhares de jovens mulheres terem sido aprovadas nos exames de admissão às universidades do país.
Em seu comunicado, o G7 disse que essas medidas devem ser revertidas “sem demora”. O grupo reúne Reino Unido, Canadá, Itália, França, Alemanha, Japão e Estados Unidos. Fora desse fórum, Turquia e Irã se juntaram às condenações.
“As recentes medidas tomadas pelo Talibã, que se somam a medidas cumulativas anteriores, que restringem o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais de mulheres e meninas no Afeganistão, são extremamente preocupantes e parecem constituir uma política sistemática”, lamentam os ministros.
A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, cujo país exerce a Presidência rotativa do G7, considerou que a decisão de banir as mulheres do ensino universitário é mais um passo rumo “à Idade da Pedra”.
By destroying the future of girls and women in #Afghanistan, the #Taliban decided to destroy their own country’s future. I will put the issue on the agenda of the G7 tomorrow. The Taliban may try to make women invisible, but won’t succeed – the world is watching.
— Außenministerin Annalena Baerbock (@ABaerbock) December 21, 2022
“Esta proibição não é nem islâmica, nem humana (…) Esperemos, se Deus quiser, que eles renunciem a essa decisão”, declarou o chanceler turco, Mevlut Çavusoglu, em conversa com a imprensa.
Em Teerã, o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Nasser Kanani, disse esperar que os talibãs afegãos “abram rapidamente o caminho para a retomada da educação das meninas em todos os níveis”.
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