
As taxas atualmente cobradas pelos Estados Unidos sobre produtos da China alcançam 145%, segundo esclarecimento da Casa Branca nesta quinta-feira (10). A declaração detalha a composição dos aumentos recentes, depois de uma nova rodada de retaliações entre os dois países.
Na quarta-feira (9), o presidente dos EUA, Donald Trump, havia anunciado um acréscimo de 125% nas tarifas aplicadas às importações chinesas. O valor, segundo o governo, deve ser somado aos 20% já em vigor desde fevereiro, resultando no total de 145%.
Como a tarifa dos EUA contra a China chegou a 145%
A aplicação das tarifas teve início no começo de fevereiro, com uma taxa adicional de 10% sobre mercadorias chinesas. Somada à tarifa de mesmo valor já vigente, a alíquota chegou a 20%.
No dia 2 de abril, Trump comunicou a adoção do que chamou de “tarifas recíprocas“, com acréscimo de 34%, elevando o total a 54%. Como resposta, Pequim impôs taxa semelhante sobre os produtos americanos. Em reação, a Casa Branca decretou mais 50% de taxação sobre importações da China, fazendo o total saltar para 104%.
Com a informação de que a China elevaria suas tarifas a 84% sobre produtos dos EUA, Trump declarou mais um aumento — desta vez de 125%, que, somado aos 20% anteriores, resulta nos atuais 145%.
Escalada da guerra comercial
Trump justificou a nova taxação com o argumento de que a China desrespeita o mercado global. “Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais”, disse o presidente na quarta-feira, referindo-se à resposta de Pequim ao tarifaço.
Ele ainda afirmou que “em um futuro próximo, a China perceba que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”.
Questionado sobre a política de cobrança, o republicano afirmou que reduziu as tarifas para 10% sobre países que não retaliaram, por um período de 90 dias. “Uma pausa”, definiu.
Trump também reforçou que deseja manter diálogo com a China. “Ele é meu amigo, o presidente Xi (Jinping). Eu gosto dele, eu o respeito”, disse. “É um cara inteligente que ama seu país, isso é um fato, eu o conheço muito bem”, completou.
A resposta oficial de Pequim veio por meio do porta-voz do Ministério do Comércio. Até a tarde de quinta-feira, o governo chinês ainda não havia divulgado medidas retaliatórias, mas deixou claro que não pretende recuar.
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