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“Graças a Deus tinha o mar pra gente se jogar”, diz brasileira que perdeu a casa em incêndio no Havaí

Published 16/08/2023
Brasileira relatou as horas de desespero que vivenciou ao lado da mãe enquanto tentavam fugir das chamas de incêndios florestais no Havaí.

(Crédito: Reprodução/Instagram)

Casa, carro, itens pessoais e história – foi tudo que Ana Carolina Penedo perdeu para as chamas durante os incêndios florestais que tomaram a ilha de Maui, no Havaí, durante a semana passada. A brasileira, moradora dos Estados Unidos, relatou em sua conta no Instagram as horas de desespero que vivenciou ao lado da mãe enquanto tentavam fugir das chamas.

O pânico se instalou na quinta-feira (10). Ela conta que não conseguiu sair a tempo da cidade de Lahaina junto com sua mãe, e as duas acabaram ficando presas em meio ao fogo. Para se manterem em segurança, precisaram buscar refúgio no mar, porém, com um agravante: a mãe de Ana não sabia nadar.

A gente está bem agora, mas muito abalada emocionalmente Minha mãe não sabe nadar, então não foi uma coisa tranquila. A gente entrou no mar por volta de umas 4 horas da tarde [de quinta-feira], e tinham umas pedras, então a gente ficava entre o mar e as pedras. A gente foi resgatada pelos bombeiros por volta de 3 horas da manhã [de sexta]“, revela.

A brasileira ficou sem sinal em seu celular desde as 6h da quinta-feira, e a energia elétrica de casa também havia acabado. Ana e a mãe não receberam informações sobre o que estava sendo feito para retirar os habitantes da ilha. “Não teve um alarme nem um plano de evacuação eficiente, foi aterrorizante. Tive que abandonar meu carro na rua, porque o fogo começou a chegar, mas graças a Deus tinha o mar pra gente se jogar“, lembra Ana.

Os incêndios, alimentados pelos fortes ventos do furacão Dora, que passou ao sul, atingiram a ilha de Maui de surpresa, deixando para trás carros carbonizados em ruas movimentadas e pilhas fumegantes de escombros onde ficavam prédios históricos. A fumaça é outro fator que complica ainda mais o deslocamento dos habitantes e turistas.

Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, os atuais incêndios florestais se agravaram devido a uma combinação de fatores: vegetação seca, ventos fortes e baixa umidade. O furacão Dora também piorou as chamas em todo o estado, e ainda ventos fortes e alertas de possíveis tempestades em vigor.

A única coisa que eu consegui salvar foi o meu passaporte e a roupa que eu estou vestindo. Meu carro, celular, carteira, identidade, computador, toda a vida, móveis, tudo [se foi]“, lamentou a brasileira. “Em muitos momentos, não sabia se a gente ia conseguir se salvar. Muita gente foi retirada do mar sem vida. O número de pessoas mortas ainda está longe de ser final“.

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