reconstrução do território

Hamas rejeita plano de Trump para Gaza e promete resistência: “Nós os derrubaremos”

Khalil al-Hayya afirmou que qualquer plano do presidente americano Donald Trump para a Faixa de Gaza está "condenado".
Presidente americano afirmou estar comprometido em comprar e possuir território em Gaza – Crédito: depositphotos.com / thenews2.com

O líder do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, afirmou nesta segunda-feira (10) que qualquer plano do Ocidente, dos Estados Unidos e do presidente americano Donald Trump para a Faixa de Gaza está “condenado”.

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Durante um evento em Teerã, que marcou o 46º aniversário da revolução iraniana, Al-Hayya fez um discurso rejeitando o plano de Trump. “Nós os derrubaremos como derrubamos os projetos antes deles”, declarou.

Qual é a proposta de Trump?

No domingo (9), Donald Trump afirmou que os Estados Unidos assumiriam o controle de Gaza e que seu governo trabalharia para reconstruir a região, devastada após meses de conflito entre Israel e Hamas. O presidente mencionou a ideia de transformar o território na “Riviera do Oriente Médio”, sugerindo um plano de desenvolvimento econômico para a área.

A proposta de Trump inclui a realocação de palestinos para países vizinhos e um programa de reconstrução financiado pelos EUA e aliados. No entanto, ele não esclareceu como essa realocação aconteceria nem quais nações estariam dispostas a receber refugiados. Seu plano rompe com a política externa tradicional dos EUA, que historicamente defende uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.

Em discurso, Trump afirmou que os Estados Unidos teriam uma “propriedade a longo prazo” sobre Gaza e ficariam responsáveis por remover destroços, desativar explosivos não detonados e reconstruir a infraestrutura do território. Ele também não descartou a possibilidade de enviar tropas americanas para garantir a implementação da proposta. “No que diz respeito a Gaza, faremos o que for necessário”, declarou.

A viabilidade do plano tem sido questionada por analistas. A ex-diretora adjunta de inteligência nacional dos EUA, Beth Sanner, que trabalhou nas administrações Trump e Biden, afirmou à CNN que “não há mecanismo para isso. Não há precedente para isso”. Segundo Sanner, a maioria dos dois milhões de palestinos que vivem em Gaza não aceitará deixar a região, levantando dúvidas sobre uma possível remoção forçada — algo proibido pelo direito internacional.

Além disso, especialistas apontam que nenhum país árabe estaria disposto a realocar palestinos contra sua vontade e que um controle americano direto sobre Gaza poderia aumentar a instabilidade no Oriente Médio. Diante das incertezas e da forte oposição do Hamas, a proposta de Trump já gera controvérsia antes mesmo de qualquer movimento concreto para sua implementação.

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Leia também: Entenda o plano de Trump para assumir o controle da Faixa de Gaza

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