
Três reféns israelenses foram libertados pelo Hamas neste sábado (horário local), marcando mais uma etapa do acordo de cessar-fogo em Gaza. A troca ocorre em meio a tensões entre as partes, após ameaças e acusações sobre o cumprimento dos termos do pacto.
Os libertados são Dekel-Chen, cidadão com dupla nacionalidade americana e israelense, Alexandre Troufanov, russo-israelense, e Iair Horn, argentino-israelense. Eles foram soltos na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, por volta das 10h (5h no horário de Brasília).
Após a libertação, os três fizeram um breve pronunciamento em um palco montado para a ocasião. Em seguida, foram levados por veículos da Cruz Vermelha para um centro de acolhimento, onde passaram por exames médicos antes do reencontro com os familiares.
Qual o impacto da nova troca de reféns?
Esta foi a sexta troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos desde o início do cessar-fogo, em 19 de janeiro. Em contrapartida, Israel deve soltar 369 palestinos detidos, de acordo com o Gabinete de Mídia de Prisioneiros do Hamas. Esse é o maior número de prisioneiros libertados em uma única troca até agora.
A libertação ocorre após dias de incerteza. O Hamas havia ameaçado interromper as trocas, acusando Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária em Gaza. O governo israelense negou a acusação e, junto com os Estados Unidos, alertou que poderia encerrar o cessar-fogo caso os reféns não fossem entregues até o meio-dia de sábado.
Na última hora, o grupo palestino aceitou os termos e seguiu com a libertação dos reféns, reduzindo temporariamente as tensões.
Futuro das negociações
O acordo inicial prevê a libertação de 33 reféns israelenses, incluindo mulheres, crianças e idosos, em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Em contrapartida, as forças israelenses se comprometeram a reduzir suas operações em algumas áreas de Gaza.
Até agora, 16 dos 33 reféns foram soltos, além de cinco trabalhadores tailandeses libertados em uma troca inesperada. Restam ainda 76 reféns sob poder do Hamas, dos quais cerca da metade continua viva.
A primeira fase do pacto se encerra em 1º de março. Tanto Israel quanto o grupo palestino já manifestaram disposição para discutir os termos da próxima etapa do acordo.
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