SÍMBOLO DE LIBERDADE

Irã condena casal a 10 anos de prisão por dançar em público

Eles também foram proibidos de usar a internet e de sair do país.

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Os jovens são Astiyazh Haghighi e Amir Mohammad Ahmadi, ambos com aproximadamente 20 anos (Crédito: Reprodução/ Redes Sociais)

O Irã condenou um casal a 10 anos e seis meses de prisão por dançar em frente a um dos principais pontos turísticos da capital Teerã, a Torre Azadi. Além disso, eles também foram proibidos de usar a internet e de sair do país, segundo a ONG Human Rights Activists News Agency (HRANA).

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Os jovens são Astiyazh Haghighi e Amir Mohammad Ahmadi, ambos com aproximadamente 20 anos. O vídeo viralizou nas redes e foi exaltado como um símbolo de liberdade.

O gesto teria sido interpretado como provocação ao regime em ordem no país. Dessa forma, a condenação se dá por supostamente “incentivarem a corrupção e a prostituição pública” e por “se reunirem com a intenção de perturbar a segurança nacional”, disse a organização. 

Nele, Ahmadi levanta sua namorada no ar e o cabelo da jovem fica solto ao vento, já que ela não utilizava o lenço na cabeça – o que é considerado uma infração das rígidas regras de vestimentas impostas às mulheres na República Islâmica. Neste país, as mulheres também não podem dançar em público, muito menos com um homem.

A HRANA afirmou que eles não tiveram acesso a um advogado durante o julgamento e nem a possibilidade de fiança. 

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Os dois são influenciadores digitais e juntos possuem quase dois milhões de seguidores no Instagram.

PROTESTOS

O Irã vive a maior onda de protestos em décadas desde setembro do ano passado, após a morte de Mahsa Amini, 22, que estava sob custódia policial. Ela foi presa, acusada de violar o código de vestimenta vigente. 

O falecimento de Amini se transformou em um símbolo de revolta e fez com que a população tomasse as ruas em um movimento contra as leis compulsórias e a falta de direitos. Entoando o slogan “mulheres, vida, liberdade“, as mulheres estão cortando seus cabelos durante as manifestações, uma tradição persa que representa protesto e tristeza. Essas manifestações também repercutem em outros países.

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Centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, foram mortas e milhares detidas desde meados de setembro nos protestos, que Teerã descreveu amplamente como “distúrbios“.

 

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