novo cessar fogo

Israel anuncia corte imediato de eletricidade em Gaza para pressionar libertação de reféns

Especialistas da ONU denunciaram Israel por “atos genocidas” contra palestinos e pelo uso de violência sexual como estratégia de guerra.
Faixa de Gaza – Crédito: depositphotos.com / thenews2.com

O governo israelense ordenou neste domingo (9) a suspensão do fornecimento de energia elétrica para a Faixa de Gaza. A medida aumenta a pressão sobre o Hamas no contexto das negociações para a libertação de reféns.

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O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, afirmou que o país adotaria ações mais rígidas contra o grupo, que controla o território palestino. Em entrevista ao The Wall Street Journal, ele destacou que restrições ao envio de bens e suprimentos já estavam em vigor desde a semana passada.

O que o corte de energia significa para Gaza?

O Hamas sinalizou a autoridades dos Estados Unidos que considera libertar Edan Alexander, refém com dupla cidadania americana e israelense. A informação foi divulgada pelo líder do grupo, Taher Al-Nono, em declaração ao canal Al-Aqsa TV.

A decisão de Israel de interromper a eletricidade ocorre após a suspensão total do envio de suprimentos para Gaza, território com mais de 2 milhões de habitantes. O governo israelense tenta forçar o Hamas a liberar pelo menos metade dos reféns ainda em cativeiro em troca da retomada das negociações por um cessar-fogo prolongado.

O grupo palestino resiste à proposta e insiste que qualquer acordo precisa incluir a retirada das tropas israelenses e um compromisso com a estabilidade da região. Estima-se que 24 reféns estejam vivos, enquanto os corpos de outros 35 permaneçam sob posse do Hamas.

O corte no fornecimento de energia foi oficializado em um documento enviado pelo Ministério da Energia de Israel à Israel Electric Corporation, que comercializa eletricidade para Gaza. O governo já havia alertado que poderia adotar essa medida. Atualmente, o território depende de geradores e painéis solares para suprir parte da demanda energética.

EUA veem possibilidade de trégua duradoura

Os Estados Unidos confirmaram na quarta-feira (6) que mantêm conversas diretas com o Hamas. No domingo, o enviado Adam Boehler disse à CNN que há chances concretas de um acordo prolongado.

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Acho que você poderia ver algo como uma trégua de longo prazo, onde perdoamos prisioneiros, onde o Hamas depõe suas armas, onde eles concordam que não fazem parte do partido político daqui para frente. Acho que isso é uma realidade. Está bem perto.

Questionado se voltaria a dialogar com o grupo, Boehler respondeu: “Nunca se sabe“. Ele acredita que um desfecho pode ocorrer nas próximas semanas e defende a libertação de todos os reféns, incluindo cidadãos americanos.

O Hamas reafirmou apoio à criação de um comitê independente para governar Gaza até a realização de eleições presidenciais e legislativas palestinas. A ideia prevê que o órgão atue sob a tutela da Autoridade Palestina (AP), que administra partes da Cisjordânia. Israel, no entanto, rejeita a participação da AP e não apresentou um plano alternativo para a administração do território no pós-guerra.

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O ataque do Hamas em outubro de 2023 matou aproximadamente 1.200 pessoas em Israel, a maioria civis, e resultou na captura de 251 reféns. Desde então, grande parte foi liberada em trocas negociadas. A resposta militar israelense causou a morte de mais de 48 mil palestinos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território, que não diferencia vítimas civis de combatentes.

Com o bloqueio total de insumos, os preços de alimentos e produtos essenciais voltaram a disparar. Em Khan Younis, no sul de Gaza, Fares al-Qeisi relatou dificuldades: “Desde que o cessar-fogo começou, a situação melhorou um pouco. Mas antes disso, a situação era muito ruim. Juro por Deus, ninguém conseguia saciar a fome deles.


Leia também: Gaza em ruínas: 92% das casas destruídas após 15 meses de guerra

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