alta tensão

Israel faz nova ofensiva no Líbano após explosões de pagers

Ataques com walkie-talkies deixaram 450 feridos; detonação de dispositivos de comunicação deixou 37 mortos

Israel
Incêndios de 18 de setembro provocados por explosão de walkie-talkies em Beirute, capital do Líbano – Foto: Telegram/Reprodução

Na manhã desta quinta-feira (19), militares israelenses atacaram alvos do Hezbollah, no Líbano. Em resposta, o grupo lançou foguetes e matou dois soldados israelenses, conforme informações do Exército de Israel. Esse evento marca um novo capítulo na escalada de violência na região.

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Após as explosões de pagers e walkie-talkies na quarta-feira (18), o Ministério da Defesa de Israel anunciou uma mudança de foco na guerra, concentrando suas tropas no norte do país. O objetivo é enfrentar diretamente o Hezbollah, que opera a partir do Líbano.

Como as explosões afetaram o cotidiano no Líbano?

Nesta quinta-feira, o governo do Líbano confirmou um aumento no número de mortos para 25 devido à explosão de “walkie-talkies” portados por membros do Hezbollah na quarta-feira. Somando com os mortos pelos pagers, o total de vítimas é de 37 pessoas. Este incidente é o mais mortal para o grupo extremista desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, que começou em outubro de 2023.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que os moradores do norte de Israel, afastados devido aos conflitos, voltarão para suas casas em segurança. “Nós retornaremos os cidadãos do norte para suas casas em segurança e é exatamente isso que faremos”, afirmou Netanyahu em pronunciamento.

Quais medidas o Líbano está tomando?

Em resposta à série de explosões, o governo libanês proibiu a entrada de pagers e “walkie-talkies” em voos que chegam ao país. Além disso, os moradores de Beirute têm expressado temor em usar telefones celulares, com alguns até abandonando os dispositivos.

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O Ministério da Saúde do Líbano informou que, além das mortes, outras 600 pessoas ficaram feridas nas explosões de quarta-feira. Os “walkie-talkies” detonaram em locais públicos e densamente povoados, causando ferimentos graves.

Quem é responsável pelas explosões?

O Líbano, Irã e Hezbollah acusaram Israel de ser responsável pelas explosões, mas até a última atualização desta reportagem, Israel não havia se manifestado sobre as acusações. O Irã, aliado do Hezbollah, enviou uma carta à ONU acusando Israel de violar a soberania libanesa e prometeu uma resposta às explosões.

Explosões de pagers do Hezbollah: o que sabemos?

A onda de explosões começou com pagers usados pelo Hezbollah, a partir de 17 de setembro de 2024. Esses dispositivos explodiram em intervalos de cerca de uma hora em diversas áreas, como lojas e praças, matando doze pessoas, incluindo uma menina, e ferindo cerca de 3.000.

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Recebendo acusações do governo libanês e do Hezbollah, Israel foi apontado como o autor da inserção de explosivos nos pagers antes de serem adquiridos pelo grupo extremista. No entanto, a ausência de uma manifestação oficial por parte de Israel e as negações dos EUA têm dificultado a confirmação dos responsáveis.

O papel do Mossad no conflito

Jornais norte-americanos, citando diversas fontes, afirmam que o Mossad, o serviço de inteligência de Israel, planejou e executou o ataque. Segundo reportagens do “The New York Times”, a suspeita é que explosivos foram implantados em chips dentro de pagers destinados ao Hezbollah.

A importação dos dispositivos ao Líbano foi feita pela Gold Apollo, uma fabricante de pagers sediada em Taiwan. No entanto, a produção foi realizada por uma empresa denominada BAC Consulting KFT, com sede em Budapeste, Hungria.

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  1. Explosivos foram inseridos em chips dentro dos pagers, tornando-os indetectáveis.
  2. Os dispositivos foram ativados remotamente, utilizando-se de um algoritmo específico.
  3. A origem dos pagers remonta a fabricantes na Hungria e Taiwan.

 

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