TENTATIVA DE ASSASSINATO

Justiça decreta prisão preventiva dos suspeitos do caso Cristina Kirchner

Sabag Montiel e Brenda Uliarte compraram a arma do crime em 22 de abril.

Justiça decreta prisão preventiva dos suspeitos do caso Cristina Kirchner
Cristina Kirchner (Créditos: Getty Images)

A juíza federal María Eugenia Capuchetti emitiu, nesta quinta-feira, o julgamento com prisão preventiva dos detidos Fernando Sabag Montiel e Brenda Uliarte como autores do atentado contra a vice-presidente Cristina Kirchner

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Segundo a resolução judicial ao qual o jornal La Nación teve acesso, também foi imposto aos detidos um pagamento de 100 milhões de pesos. Capuchetti considerou que ambos participaram da tentativa de homicídio da vice-presidente que ocorreu em 1º de setembro.

Em sua decisão, a juíza os classificou como coautores do crime de homicídio qualificado com uso de arma de fogo e a participação premeditada de duas ou mais pessoas, até o grau de tentativa.

“A forma como a manobra investigada foi realizada reflete a existência de uma governança múltipla do ato por ambos os réus, uma vez que a determinação de como seria a execução foi previamente estabelecida por eles”, disse a juíza. 

Para Capuchetti, “apesar de ter sido Sabag Montiel quem utilizou a arma de fogo contra a vítima, a verdade é que Uliarte também teve uma participação ativa na execução do ato, no qual esteve presente a poucos metros do ocorrido, prestando apoio logístico e moral para a sua realização”.

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Sabag Montiel, 35, e Uliarte, 23 , foram os primeiros detidos no caso, depois acompanhados por Agustina Díaz , amiga de Brenda, e Gabriel Nicolás Carrizo, que serão analisados hoje. Após essa etapa, a juíza estará em condições de decidir se processa ou não os outros dois detentos.

Na resolução assinada por Capuchetti nesta quinta-feira, duas semanas após o atentado, Sabag Montiel é acusado de “ter tentado premeditadamente matar Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, contando com o planejamento prévio de Brenda Elizabeth Uliarte e Agustina Mariel Díaz.”

Também é descrito que o cidadão brasileiro “apontou uma pistola semiautomática, de ação simples, calibre 32 auto, marca Bersa, modelo Lusber 84, com o número 25037 no lado esquerdo do cano, para o rosto e à queima-roupa, acionando o gatilho pelo menos uma vez sem que o tiro tenha sido disparado apesar de estar carregada com cinco cartuchos de bala do mesmo calibre e ser adequada para seus fins específicos”.

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Para tal, contou com o apoio de Brenda Elizabeth Uliarte, que esteve presente nas imediações do local onde chegaram juntos e que prestou o apoio moral e logístico para a execução, além de ter determinado que detivessem a arma de fogo apreendida., assim como, a munição um dia antes do evento”, disse Capuchetti.

Entretanto, a juíza entende que Uliarte teve várias comunicações separadas com ambos réus (Sabag Montiel e Díaz) antes da execução do crime, avaliando alternativas para o realizar sem serem descobertos, assim, concordando finalmente em realizá-lo no dia do evento. 

O plano de Sabag Montiel e Brenda Uliarte

Em um longo processo de 92 páginas, Capuchetti afirmou que “os acontecimentos de 1º de setembro foram o capítulo final de um plano criminoso previamente acordado, idealizado e estudado por Brenda Elizabeth Uliarte e Fernando André Sabag Montiel, que pôde ser reconstruído a partir da análise dos celulares apreendidos realizada pela Polícia de Segurança Aeroportuária”.

De acordo com a reconstrução, tudo começou no último dia 22 de abril , quando Brenda Uliarte teria adquirido a pistola semiautomática , “de simples ação, calibre 32 auto, marca Bersa, modelo Lusber 84″ a, modelo Lusber 84, com o número ‘25037’ no lado esquerdo do barril, mais tarde usado para cometer o ato sob investigação”.

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No dia marcado, Uliarte disse a um contato identificado “Serena” que havia adquirido uma arma de fogo e a outro contato disse, “Fran: não se preocupe, não vai acontecer nada… a arma é minha.”

Segundo a agência Télam , em 4 de julho ela se comunicou com o contato “Love of my life”, que era Agustina Díaz, a terceira detida no caso e cuja situação processual ainda está pendente de resolução.

“Eu vou com a pistola e atiro na Cristina…”

“Eu vou com a pistola e atiro na Cristina… a questão é como, porque a velha tem segurança”, escreveu Sabag Montiel.

“Esta circunstância evidencia que, àquela altura, Uliarte já havia tomado a decisão de atentar contra a vida da vice-presidente Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, iniciando assim o curso do plano que bastou apenas definir como, a hora e o local de sua execução”, declarou a juíza no documento. 

O processo incluiu inúmeras fotografias de Uliarte manuseando a mesma pistola que foi apreendida no local em 1º de setembro, após ser acionada por Sabag Montiel. 

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