GEOPOLÍTICA

Líder da União Europeia viaja à cúpula do Mercosul; acordo entre blocos fica próximo

Líder da União Europeia viaja à cúpula do Mercosul; acordo entre blocos fica próximo
O presidente Lula e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em encontro no Palácio do Planalto, em junho de 2023 – Crédito: Ricardo Stuckert/PR

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, viaja até o Uruguai para participar da Cúpula do Mercosul, que ocorre na sexta-feira (6), em Montevidéu. Von der Leyen tem uma reunião prevista com o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, assim que pousar na capital do país.

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Acordo entre União Europeia e Mercosul

A preseNça da líder sinaliza que o acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul, negociado exaustivamente ao longo dos últimos 25 anos, será finalmente anunciado.

O diplomata eslovaco Maros Sefcovic, que assumiu há dias como comissário de Comércio da UE, também faz parte da comitiva a caminho de Montevidéu, segundo informou a CNN.

Além da aprovação necessária pelo Conselho da Europa e pelo Parlamento Europeu, o pacto precisa superar barreiras políticas e econômicas que podem atrasar sua concretização. O governo brasileiro visualiza essa etapa como uma fase crucial de negociação política, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá papel central.

Como a política interna afeta o acordo?

A influência da França não se limita ao seu próprio voto no Conselho da Europa. Paris se posiciona como uma influente potência militar e utiliza esse status para negociar em outras frentes com a Comissão Europeia. Esse jogo de poder pode ser decisivo na busca por acordos e concessões adicionais dentro da União Europeia.

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Tudo depende do processo de consultas aos 27 países-membros da UE. Outros países europeus — como Polônia, Áustria e Irlanda — também são críticos ao acordo comercial. Já países como Alemanha, Espanha, Portugal e Suécia têm se engajado pela conclusão das discussões.

“A cúpula do Mercosul na sexta-feira em Montevidéu é provavelmente a última oportunidade para isso, e finalizar (o acordo) agora seria uma vitória para ambas as partes. O Presidente da Comissão tem um mandato completo para fazer isso e deve, em nossa opinião, usá-lo adequadamente”, disse a Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, segundo informou o jornalista Jamil Chade.

Impactos econômicos e geopolíticos

Embora o acordo tenha sido classificado como economicamente modesto, as implicações geopolíticas são significativas. Ele promete abrir o mercado europeu para produtos agrícolas como carnes, açúcar e etanol brasileiros. No entanto, não há uma liberalização total do comércio; cada setor terá cotas específicas. Por exemplo, no setor de carnes, o acordo estipula um acesso tarifário livre para até 60 mil toneladas anuais.

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  • Setor Agrícola: O acordo aumentaria as exportações de produtos agrícolas brasileiros, potencialmente equilibrando o comércio exterior brasileiro em outros setores menos robustos;
  • Geopolítica: Fortaleceria as relações entre os blocos, proporcionando ao Mercosul maior influência nas negociações globais.

Que obstáculos políticos o acordo enfrenta?

Uma vez fechado, o tratado de livre comércio precisa passar ainda por revisão jurídica e tradução oficial para todos os idiomas da UE.

Em seguida, vai para deliberação do Conselho Europeu — que reúne os governos de cada país. Ali, precisa ser aprovado por 55% dos países, que representem 65% da população total do bloco.


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