Líder do HTS, em discurso sobre vitória na Síria: “Uma nova história foi escrita”

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Abu Mohammed al-Julani, em discurso de vitória – Crédito: Reprodução/X

A recente tomada de controle da capital síria, Damasco, pelo grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS) marcou uma virada monumental na história do país. Sob a liderança de Abu Mohammed al-Julani, também conhecido como Ahmed al-Sharaa, a oposição armada declarou o início de uma nova era na Síria, após a fuga do presidente Bashar al-Assad neste domingo, 8. Este evento significativo não apenas redesenhou o panorama político do país, mas também prometeu um novo começo para suas pessoas.

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O discurso de al-Julani na histórica Mesquita dos Omíadas destacou a determinação da população síria em reaver o controle de seu país. Ele enfatizou a necessidade de construção de um novo futuro, mencionando o sofrimento dos sírios durante anos de conflito, deslocamento e miséria. Segundo al-Julani, o povo sírio merece ser o dono legítimo de sua terra.

“O regime [de al-Assad] prendeu milhares de seus próprios civis de forma injusta e sem que tivessem cometido qualquer crime. Nós [o povo sírio] somos os legítimos proprietários [deste país]. Estamos lutando, e hoje fomos recompensados com esta vitória. Quantas pessoas foram deslocadas pelo mundo? Quantas viveram em tendas? Quantas se afogaram nos mares? Uma nova história, meus irmãos, está sendo escrita em toda a região após esta grande vitória”, declarou ele.

Qual é o papel do Hayat Tahrir al-Sham na Síria pós-conflito?

O grupo Hayat Tahrir al-Sham, anteriormente vinculado à al-Qaeda, desempenhou um papel crucial na queda do regime de al-Assad. Apesar de suas origens controversas, o HTS tentou se reposicionar como um movimento de unificação nacional. A retórica utilizada por al-Julani, focando na coesão e reconstrução do país, é uma tentativa clara de moderar sua imagem perante a comunidade internacional. Contudo, permanece listado como uma organização terrorista por várias nações, dificultando sua aceitação global.

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A reconstrução da Síria após anos de guerra civil apresenta desafios imensos. Al-Julani destacou em suas declarações a importância de não buscar vingança, mas sim focar na unidade. O caminho para um novo estado democrático exigirá não apenas determinação interna, mas também negociações complexas com potências externas, incluindo a Rússia e o Irã, cujos papéis no cenário sírio ainda levantam questões significativas.

A pergunta sobre a forma de governo que prevalecerá na Síria pós-conflito é central para o futuro da estabilidade na região. O discurso de al-Julani deu ênfase a um governo que se distanciará das influências externas, especialmente daquelas que apoiaram al-Assad. No entanto, construir um governo que represente todos os sírios é uma tarefa colossal devido à diversidade étnica e religiosa do país, além das rivalidades políticas e militares internas.

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O avanço do HTS coincide com mudanças geopolíticas mais amplas, como a guerra da Rússia na Ucrânia, que desviou atenções e recursos que antes eram destinados à Síria. As consequências desta reviravolta estão sendo observadas de perto por atores internacionais, que avaliam suas próximas ações em relação à nova liderança síria. O futuro da Síria, portanto, está intimamente ligado a estas dinâmicas externas e à capacidade do novo governo em estabilizar internamente a nação.

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