
Nesta terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polêmica ao afirmar que os EUA assumirão o controle da Faixa de Gaza. Além disso, disse que os dois milhões de palestinos que moram lá devem ir para outros lugares. A fala gerou indignação mundial e questionamentos sobre as leis internacionais. No discurso, Trump prometeu transformar o local em uma “Riviera do Oriente Médio”.
No entanto, o presidente dos estados Unidos parece violar a lei internacional que diz que tentativas de transferência forçada de populações são estritamente proibidas. É o que vai acontecer com palestinos, diante de uma proposta clara de expulsão de suas terras.
O que dizem especialistas sobre planos de Trump em Gaza?
Para Marcelo Lins, comentarista da GloboNews, a fala de Trump desumaniza os palestinos. “É como se não houvesse ali gente vivendo, gente tentando sobreviver. É inacreditável, é como se não houvesse também todo o arcabouço de legislação internacional que, sim, vem sendo desrespeitado há muito tempo e em vários momentos, inclusive ao longo desses 15 meses de conflito. Regras de guerra, regras de como tratar populações deslocadas e tudo mais”, afirma Lins.
Integrantes da diplomacia brasileira criticaram o presidente dos Estados Unidos, afirmando que Donald Trump faz movimentos como se estivesse se candidatando a ser uma espécie de “imperador do mundo”. Além disso, ponderam que este tipo de ‘bravata’, gera uma grande instabilidade mundial.
Para o pesquisador, escritor e doutorando na Universidade de Coimbra, Alexandre Gossn, existem interesses econômicos dos Estados Unidos na Faixa de Gaza e também no sul do Líbano. “Por conta da guerra da Ucrânia, o suprimento de gás e petróleo das potências da União Europeia está severamente prejudicado. Sabemos inclusive que parte da crise econômica alemã e também francesa derivam da falta de competitividade de suas economias, que estão sendo obrigadas a comprar petróleo e gás muito mais caros que antigamente compravam da Rússia.”
Gossn afirma que existe um acordo internacional entre Grécia, Chipre e Israel para a construção de gasodutos que levariam esses produtos comprados da Rússia agora obtidos do Chipre mediante equipamento que iria até a Itália e assim abasteceria o mercado europeu. “Existem indícios de que existem também reservas em Gaza e no sul do Líbano. É evidente que os Estados Unidos, as potências europeias e Israel possuem interesse nisso”, conclui.
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