
A caminhabilidade é um conceito urbano que está ganhando cada vez mais atenção em diversas cidades ao redor do mundo. De acordo com um levantamento recente, liderado por pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação da Sony, a cidade de Milão, na Itália, emergiu como a urbe mais propícia para caminhadas globais. O estudo considerou cerca de 10.000 cidades com populações superiores a 500 mil habitantes e teve como foco principal o tempo médio que os moradores dessas cidades levam para acessar serviços essenciais a pé.
A pesquisa revelou que Milão lidera o ranking global em caminhabilidade, com residentes levando em média apenas 6,4 minutos para se deslocarem a pé até serviços fundamentais como escolas, hospitais e restaurantes. Este estudo destaca a importância de planejar distritos urbanos de maneira que a maioria da população possa acessar essas facilidades em menos de 15 minutos de caminhada, o conhecido conceito de “cidade de 15 minutos”.
O Predomínio das Cidades Europeias
O domínio europeu no ranking da caminhabilidade é notável. Das 50 cidades mais caminháveis do mundo, a vasta maioria está localizada na Europa. Este fato pode ser atribuído ao plano urbano europeu, que tradicionalmente favorece ruas mais estreitas e uma maior densidade de serviços em áreas compactas, facilitando o deslocamento a pé. Cidades como Paris e Amsterdã estão entre os exemplos clássicos de como a infraestrutura urbana pode incentivar a caminhada, melhorando assim a qualidade de vida e a redução da dependência de veículos motorizados.

Por que Algumas Cidades Não Figuram no Ranking?
Entre as cidades fora da Europa, apenas algumas aparecem no ranking, como Quioto no Japão, Taipé em Taiwan, e Katmandu no Nepal. No entanto, não há cidades brasileiras entre as primeiras 50 colocadas. Embora São Paulo e Rio de Janeiro sejam mencionadas como cidades com potencial, suas médias de deslocamento ainda são superiores às necessárias para classificar como cidades de 15 minutos. Em São Paulo, por exemplo, os ajustes na distribuição de serviços poderiam reduzir significativamente o tempo de caminhada médio de 21 para cerca de 12 minutos.
O Brasil e o Potencial para Melhorar a Caminhabilidade
O relatório sugere que metrópoles brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro adotem estratégias para melhorar a caminhabilidade. Estas alterações poderiam envolver a redistribuição de serviços essenciais e melhorias na infraestrutura para melhorar o acesso dos pedestres. Com infraestrutura adequada e planejamento urbano eficaz, essas cidades poderiam reduzir a necessidade de transporte motorizado, promovendo um ambiente urbano mais sustentável.
Quais São os Benefícios de Priorizar a Caminhabilidade?
Priorizar a caminhabilidade dentro das cidades oferece uma vasta gama de benefícios. Entre eles, destaca-se a melhoria da saúde pública, devido ao aumento da atividade física entre residentes, a redução da poluição do ar graças à diminuição do uso de veículos e, também, um aumento no senso de comunidade e segurança em regiões com mais humanos em circulação. Considerando o impacto positivo geral, investir em caminhabilidade é uma abordagem estratégica que pode transformar o panorama urbano global, promovendo cidades mais sustentáveis e vivíveis.
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