Javier Milei, prestes a completar um ano como presidente da Argentina, tem sido objeto de atenção internacional, principalmente devido às suas políticas econômicas liberais. Segundo a revista The Economist, que o chamou para estampar a capa da edição desta semana, Milei tem conduzido uma das mais drásticas implementações de liberalismo econômico desde a era de Margaret Thatcher. Com a promessa de reformar profundamente o estado argentino, Milei lançou uma agenda de austeridade e desregulamentação que transformou diversos aspectos da economia do país.
A administração de Milei é marcada por medidas como a redução pela metade do número de ministérios e cortes robustos nos gastos públicos. Como resultado, o governo conseguiu um superávit orçamentário e a inflação mensal caiu de 13% para 3%. O crescimento econômico começa a se delinear, refletindo-se na confiança dos investidores, que tem aumentado na medida em que as reformas continuam a avançar.
Quais são os impactos sociais das reformas de Milei?
A despeito dos avanços econômicos prometidos pelo governo, o impacto social das medidas de Milei levanta preocupações. A taxa de pobreza subiu significativamente, passando de 40% para 53% em apenas um ano. Esse custo social é um dos desafios mais proeminentes enfrentados pelo governo da Argentina, gerando resistência política e social às reformas radicais.
As reformas não só afetam a economia doméstica, mas também expõem o país a riscos externos, como a possibilidade de uma crise cambial. A eliminação dos controles de capital e a subsequente desvalorização do peso argentino podem reacender a pressão inflacionária, ameaçando os ganhos conquistados até o momento.
Como Milei mantém sua visão econômica?
Mesmo diante de crescentes desafios, Milei mantém uma postura consistente quanto ao livre mercado, disciplina fiscal e abertura comercial. Conforme relatado na The Economist, Milei difere de muitos líderes populistas pela sua coerência ideológica, não sucumbindo a pressões políticas que muitas vezes levam ao abandono de políticas econômicas rigorosas.
Suas políticas, concentradas na redução do endividamento e controle estatal, são uma tentativa de corrigir problemas econômicos que não são exclusivos da Argentina. Economias como Estados Unidos, França, China e Índia também enfrentam desafios similares em relação ao controle do gasto público e expansão estatal.
Diante disso, a The Economist argumenta que as reformas de Milei são um estudo de caso para o mundo todo. Com governos cada vez mais endividados, a revista escreve que a coerência das políticas do presidente da Argentina vão na contramão do populismo oportunista.
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