A tensão no Oriente Médio voltou a escalar após um aviso militar israelense proibindo o retorno de moradores a vilarejos no sul do Líbano. A mensagem, divulgada pelo porta-voz do exército, Avichay Adraee, afirmou que qualquer pessoa que se deslocasse para além de uma linha delimitada estaria “se colocando em perigo“. A ordem reforça o clima de instabilidade na região, mesmo após o início do cessar-fogo mediado por Estados Unidos e França na última quarta-feira (27).
O cessar-fogo no Líbano está em risco?
Israel justificou os ataques realizados na quinta-feira (28) como resposta a “suspeitos” que entraram em áreas restritas, interpretando o movimento como uma violação do acordo. Em contrapartida, o parlamentar do Hezbollah, Hassan Fadlallah, acusou Israel de descumprir o pacto. “O inimigo israelense está atacando aqueles que retornam às aldeias da fronteira. Há violações hoje por parte de Israel, mesmo dessa forma”, declarou.
Além disso, o exército israelense informou ter bombardeado uma instalação usada pelo Hezbollah para armazenar foguetes de médio alcance, marcando o primeiro ataque aéreo desde a trégua. Já o exército libanês acusou Israel de violar o cessar-fogo em múltiplas ocasiões.
Contexto e os impactos do conflito
O cessar-fogo, que tem validade inicial de 60 dias, busca interromper meses de hostilidades. Desde o início do conflito, a ofensiva israelense no Líbano já desalojou mais de um milhão de pessoas e deixou dezenas de mortos. O Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã e considerado um inimigo de Israel, opera de maneira semelhante ao Hamas, que está em combate na Faixa de Gaza.
Enquanto isso, a guerra em Gaza segue com intensidade. Israel busca reféns sequestrados durante o ataque do Hamas em outubro de 2023, que resultou na morte de mais de 1.200 israelenses. Em resposta, mais de 43 mil palestinos morreram, e a região foi praticamente devastada pelos bombardeios israelenses.
A escalada do conflito também se estende a outros países. Israel realizou ataques contra milícias apoiadas pelo Irã na Síria, Iêmen e Iraque, além de trocar ataques diretos com o Irã. Apesar da alta tensão, as ações não evoluíram para um confronto direto entre os dois países.
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