Ministros israelenses de direita têm expressado indignação com relatos de que os Estados Unidos estão pressionando por um cessar-fogo de semanas no Líbano e também com o silêncio do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O contexto dessa situação agravou-se na quarta-feira, quando o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi, disse às tropas lotadas no norte que os ataques aéreos no Líbano tinham como objetivo “preparar o terreno para a sua possível entrada e continuar a degradar o Hezbollah”.
A falta de comentários de Netanyahu sobre os relatos divulgados pela CNN e outros noticiários aumenta a incerteza em torno das intenções do governo.
Qual é a posição de Netanyahu?
O primeiro-ministro não negou tampouco confirmou as informações sobre um possível cessar-fogo. A ida à Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, suscita a hipótese de que o evento poderia servir de palco para negociações. Contudo, a ausência de uma declaração clara de Netanyahu tem gerado preocupação e frustração entre seus ministros, principalmente os de direita.
Reações no governo de Israel
A resposta dos ministros de direita foi veemente. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, declarou enfaticamente: “Não deve ser dado tempo ao inimigo para recuperar dos duros golpes que recebeu e para se reorganizar para a continuação da guerra após 21 dias”.
Ministros de direita
Além de Smotrich, o partido Poder Judaico, liderado pelo ministro da Segurança Nacional Itamar Ben-Gvir, sugeriu a realização de uma “reunião urgente” – uma ameaça implícita à fragilidade da coalizão governamental de Netanyahu. Outros membros da coalizão também expressaram insatisfação. A ministra Orit Strook afirmou que “não existe mandato moral para um cessar-fogo. Não por 21 dias. E não por 21 horas”.
Mesmo o líder da oposição, Yair Lapid, expressou um sentimento semelhante, dizendo que um cessar-fogo mais curto poderia fazer sentido, mas “não aceitaremos qualquer proposta que não inclua a remoção do Hezbollah da nossa fronteira norte”. Esta visão destaca a ampla concordância, mesmo entre adversários políticos, sobre a ameaça representada pelo Hezbollah.
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