O Kremlin afirmou nesta quinta-feira (17) que muitas pessoas na Rússia estavam se mostrando “traidoras”, e utilizou como exemplo aqueles que estavam se demitindo de seus empregos e deixando o país.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, fez os comentários um dia depois que o presidente Vladimir Putin fez um alerta severo aos “traidores” russos que ele disse que o Ocidente queria usar como uma “quinta coluna” para destruir o país.
Putin atacou os russos que, segundo ele, estavam mais mentalmente em sintonia com o Ocidente do que a Rússia, e disse que o povo russo seria rapidamente capaz de dizer a diferença entre traidores e patriotas.
“Claro que eles (o Ocidente) vão tentar apostar na chamada quinta coluna, nos traidores — naqueles que ganham seu dinheiro aqui, mas vivem ali. Vivem, não no sentido geográfico, mas no sentido de seus pensamentos, seu pensamento servil”, disse o líder russo aos ministros do governo.
“Qualquer povo, e especialmente o povo russo, sempre será capaz de distinguir os verdadeiros patriotas da escória e dos traidores, e apenas cuspi-los como um mosquito que voou acidentalmente para dentro de suas bocas”, acrescentou Putin.
O político russo de oposição Mikhail Kasyanov, que serviu como primeiro primeiro primeiro-ministro de Putin no início dos anos 2000, condenou os comentários no Twitter. “Putin está intensificando suas ações para destruir a Rússia e está essencialmente anunciando o início das repressões em massa contra aqueles que não concordam com o regime”, disse ele. “Isto já aconteceu em nossa história antes, e não apenas na nossa”.
Путин усиливает свои действия по разрушению России и фактически объявляет о начале массовых репрессий в отношении несогласных с режимом.
— Михаил Касьянов (@MKasyanov) March 16, 2022
Это в истории уже было, и не только в нашей https://t.co/RMAd0Btpzr