
Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciaram Israel por “atos genocidas” contra palestinos e pelo uso de violência sexual como estratégia de guerra. O relatório, divulgado nesta quinta-feira (13), aponta a destruição sistemática de unidades de saúde voltadas às mulheres em Gaza e acusa Israel de impor medidas para impedir nascimentos.
A representação israelense na ONU em Genebra classificou as acusações como infundadas, tendenciosas e sem credibilidade.
Crimes de guerra em Gaza?
A Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental e Israel, afirmou que as forças israelenses destruíram a capacidade reprodutiva dos palestinos, o que se enquadra na definição de genocídio prevista no Estatuto de Roma e na Convenção sobre Genocídio.
A comissão também destacou o aumento das mortes maternas devido à falta de suprimentos médicos, classificando essa situação como crime contra a humanidade por extermínio.
O relatório acusa as Forças de Defesa de Israel (FDI) de submeter palestinos a desnudamento público forçado e agressões sexuais como parte de seus procedimentos operacionais. Israel negou as alegações e afirmou que suas diretrizes proíbem “inequivocamente tal má conduta”.
Um relatório anterior da mesma comissão, publicado em junho de 2024, também acusou o Hamas e outros grupos armados palestinos de tortura e tratamentos degradantes durante o ataque de 7 de outubro de 2023.
Tribunal Internacional investiga Israel
Israel, signatário da Convenção sobre Genocídio, foi ordenado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em janeiro de 2024 a adotar medidas para evitar genocídio na guerra contra o Hamas. O país, no entanto, não faz parte do Estatuto de Roma, que confere ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a jurisdição sobre crimes como genocídio e crimes contra a humanidade.
A África do Sul abriu um processo contra Israel na CIJ, acusando-o de genocídio em Gaza.
O conflito foi desencadeado em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas realizaram um ataque ao sul de Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, segundo o governo israelense. Em resposta, os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza deixaram mais de 48 mil mortos, conforme autoridades de saúde locais.
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