No voo de volta para Roma da Bélgica, onde se encontrou com representantes da comunidade católica, o Papa Francisco fez declarações sobre o uso de forças militares pelos países. Ele enfatizou que não se pode “exagerar” no uso da força e que mesmo na guerra, “há uma moralidade a salvaguardar”.
O pontífice de 87 anos ressaltou que “a guerra é imoral, mas as regras da guerra dão a ela alguma moralidade”. Essa declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa a bordo do avião, em resposta a uma pergunta sobre os últimos ataques de Israel no Líbano.
Respondendo à questão sobre os recentes ataques de Israel, Francisco destacou que “a defesa deve ser sempre proporcional ao ataque”. Ele explicou que quando há uma resposta desproporcional, “você vê uma tendência de dominar que vai além da moralidade”.
Como líder de 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo, Papa Francisco frequentemente faz apelos pelo fim de conflitos violentos. Ele, no entanto, tem sido cauteloso em determinar os agressores. Nas últimas semanas, ele falou abertamente sobre as ações militares de Israel em sua guerra contra o Hamas.
Na semana passada, o Papa descreveu os ataques aéreos israelenses no Líbano como “inaceitáveis” e pediu à comunidade internacional que fizesse todo o possível para interromper os combates. Em uma coletiva de imprensa em 28 de setembro, ele condenou as mortes de crianças palestinas em ataques israelenses em Gaza.
Francisco também revelou que fala ao telefone com membros de uma paróquia católica em Gaza “todos os dias”. Ele disse que os paroquianos lhe contam sobre as condições no local e “também a crueldade que está acontecendo lá”.