
O fenômeno climático La Niña, que esfria as águas do Oceano Pacífico, continua a gerar debate entre cientistas em 2025. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) identificou a presença de La Niña em janeiro, enquanto o Serviço Meteorológico Australiano (BoM) mantém a classificação do El Niño-Oscilação Sul (ENSO) como neutra. Esta discrepância evidencia a complexidade de se identificar e classificar esses fenômenos climáticos.
Segundo o último boletim da NOAA, condições fracas de La Niña persistiram em janeiro, porém uma transição para neutralidade é possível. As questões sobre a continuidade do fenômeno levantam discussões sobre a interação entre anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) e a atmosfera, componentes cruciais para caracterizar La Niña.
La Niña vai se formar em 2025?
A diferença principal nas análises da NOAA e do BoM está na interpretação da evolução da circulação atmosférica. A NOAA aponta padrões atmosféricos compatíveis com uma La Niña fraca, enquanto o BoM argumenta que a resposta atmosférica não é suficientemente consistente para um acoplamento robusto entre oceano e atmosfera. Essa divergência destaca a complexidade de prever fenômenos climáticos e a importância de observações contínuas.
As previsões da NOAA indicam 41% de chance de transição para a neutralidade entre fevereiro e abril, subindo para 66% entre março e maio. Isso sugere que a La Niña de 2024/2025 pode ser breve ou até mesmo inexistente.

El Niño costeiro está se formando?
Sinais de aquecimento observados no Pacífico tropical leste, próximos à costa do Peru, são evidentes. As anomalias de TSM em áreas de monitoramento, como Niño 3 e Niño 12, indicam aquecimento, com a região Niño 12 apresentando recentemente uma anomalia de 0,9°C, sugerindo um possível El Niño costeiro.
Esses aumentos de temperatura são cruciais para a dinâmica do ENSO e suas repercussões climáticas. O aquecimento pode alterar padrões climáticos globais, afetando precipitações e temperaturas em várias regiões.
O aquecimento global está mudando o ENSO?
O efeito do aquecimento global sobre o ENSO é um tema de interesse crescente na ciência. Recentes recordes de temperatura global, com 2023 e 2024 sendo anos recordes, apontam preocupações. Em 2025, apesar da expectativa de resfriamento devido a uma possível La Niña, janeiro quebrou recordes de calor.
A NOAA está desenvolvendo um “índice relativo de Niño-3.4” para considerar o impacto do aquecimento global sobre os oceanos, o que pode elucidar se estamos observando La Niñas menos frias e El Niños mais intensos. Esse índice pode levar à revisão dos critérios de classificação desses fenômenos climáticos.
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