Manifestantes e policiais se enfrentaram nas ruas de Valência, no leste da Espanha, neste sábado (9). O confronto ocorreu durante uma marcha de dezenas de milhares de pessoas pedindo a renúncia da autoridade regional. Os participantes criticam a resposta do governo às enchentes que causaram mais de 220 mortes. A mídia local reportou que aproximadamente 130 mil pessoas participaram do protesto.
Nas proximidades da Praça da Câmara Municipal de Valência, policiais usaram cassetetes e escudos para conter uma multidão, que em alguns momentos arremessava cadeiras e outros objetos contra os agentes. Em outras áreas da cidade, diversos edifícios foram alvo de vandalismo, conforme relatado pelo presidente da Câmara de Valência, embora não haja registros de feridos graves.
As manifestações começaram por volta das 18h, horário local, quando milhares de manifestantes tomaram as ruas exigindo a renúncia do presidente regional de Valência, Carlos Mazón. Críticos do governo argumentam que a resposta das autoridades foi lenta frente ao que consideram a pior catástrofe natural na região em décadas.
Ella nunca dejó a sus amigos…
Un perro y dos gatos resguardados en su mochila.
Para seguir creyendo en la humanidad…
Sucedió en Valencia, España.
— El Club del Arte 🎨📷📚🖼🕍🎼 (@Arteymas_) November 7, 2024
Situação atual da tragédia em Valência
As chuvas, iniciadas no fim de outubro, acumularam em menos de oito horas o equivalente à precipitação de um ano na região, levando rios e afluentes a transbordar rumo ao mar Mediterrâneo, arrastando carros e destruindo pontes pelo caminho. O governo espanhol e agências locais seguem nas buscas por mais de 70 desaparecidos. Cerca de 8.400 soldados e mergulhadores estão empenhados nas operações, especialmente nas áreas próximas à costa de Valência, conforme informou o governo.
“O governo regional não alertou a tempo sobre as enchentes, não reagiu a tempo. Queremos que renunciem e deixem que um novo governo assuma e lide com o caos que deixaram”, disse um manifestante à Reuters.
Outro manifestante acrescentou: “É necessário que esse abandono e negligência institucional sejam responsabilizados”.
Mazón justificou-se afirmando que não recebeu alertas prévios suficientes sobre a intensidade das chuvas das autoridades centrais, enquanto o governo espanhol afirma que tentou contatá-lo ao menos quatro vezes antes de obter resposta. Segundo relatos da mídia espanhola, Mazón estava em um restaurante quando as enchentes começaram, embora ele negue ter perdido qualquer ligação antes do agravamento da situação.
Já a prefeita de Valência, María José Catalá, fez um apelo no X, afirmando: “Com absoluto respeito a todos, acredito que confronto e vandalismo nunca serão a solução.”