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Pulmão de ferro: quem é o homem que morreu após mais de 70 anos de poliomielite?

Published 13/03/2024
Morreu na última segunda-feira (11) Paul Alexander, estadunidense que permaneceu no tratamento de "pulmão de ferro", contra a poliomielite, por mais de 70 anos. Com apenas seis anos idade, ele foi acometido pela doença, que priva suas vítimas do controle de seus músculos respiratórios, os forçando à necessidade de máquinas, conhecidas como "pulmões de ferro", para mantê-las vivas.

Paul Alexander - Créditos: X/Reprodução

Paul Alexander, estadunidense que permaneceu no tratamento de “pulmão de ferro”, contra a poliomielite, por mais de 70 anos morreu na última segunda-feira (11). Com apenas seis anos idade, ele foi acometido pela doença, que priva suas vítimas do controle de seus músculos respiratórios, os forçando à necessidade de máquinas, conhecidas como “pulmões de ferro”, para mantê-las vivas.

Os dispositivos parecem advindos de um filme de terror. Os pacientes não conseguem movimentar-se e apenas suas cabeças ficam visíveis, com o resto de seus corpos envoltos por uma enorme máquina, com o único intuito de ajudá-las a respirar. Apesar das graves limitações, “Polio Paul”, como ficou conhecido, lutou bravamente, pintou telas, escreveu um livro e trabalhou como advogado por anos.

Ele usava uma vara em sua boca para virar páginas de livros e criar suas pinturas. Paul também frequentou os ensinos médio e superior. Mais tarde, essa mesma vara o ajudou a digitar cada tecla de sua autobiografia. “Meus pais me ensinaram a usar minha inteligência e energia para ser produtivo”, disse em entrevista ao site Gizmodo, em 2017. “Nunca me vi como um aleijado. Escolho o uso desta palavra pois acho que engloba a maioria das percepções das pessoas”.

“Paul se orgulhava muito em ser um exemplo positivo para os outros”, disse Christopher Ulmer, que o entrevistou uma vez, porém virou amigo de Alexander posteriormente. “Acima de tudo, creio que ele queria que todos soubessem que são capazes de fazerem grandes coisas”, completou.

Pulmão de ferro

A máquina faz parte do leque de ventiladores de pressão negativa (NPV, em inglês). Trata-se de um grande cilindro horizontal que manipula a pressão em seu interior para estimular a movimentação de ar no corpo de seu usuário.

Designs da máquina existem desde o século 17, porém, o modelo conhecido como “pulmão de ferro” foi inventado por Phillip Drinker na década de 1920. Por isso, o dispositivo é também conhecido como “Respirador de Drinker”.

O método, além de muito usado na epidemia de polio, na metade do século 20, também foi implementado para certos pacientes de Covid-19. Devido à facilidade em sua produção, ele substituía, quando preciso, os ventiladores de pressão positiva, menos disponíveis.

Epidemia

Entre 1948 e 1955, um surto afetando cerca de 45 mil pessoas nos Estados Unidos, principalmente crianças, encheu os hospitais com pacientes que sequer conseguiam respirar. A doença acabou com a vida de milhares de suas vítimas.

A poliomielite foi considerada erradicada no século 21, após décadas de campanha para a vacinação criada, em 1955, pelo cientista Dr. Jonas E. Salk.

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