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Quem é Bashar al-Assad, ditador sírio que deixou o país após protestos?

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Bashar al-Assad – Crédito: Getty Images

A dinastia Assad tem marcado profundamente a história da Síria desde a década de 1970, quando Hafez al-Assad assumiu o controle do país através de um golpe de estado. Com uma trajetória repleta de eventos marcantes e influências externas, a figura de Bashar al-Assad, que atualmente lidera o governo, é central para se entender o contexto político sírio. A família alauita, uma minoria religiosa, consolidou seu poder em meio a desafios internos e externos, mantendo o controle político por várias décadas.

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Bashar al-Assad não era o sucessor tradicional de seu pai, Hafez al-Assad, mas ascendeu ao poder após a morte de seu irmão mais velho, Basil, em um acidente em 1994. Isso marcou o início de sua preparação para assumir a presidência, culminando em sua investidura em 2000. Desde então, Bashar tem enfrentado múltiplos desafios, incluindo uma guerra civil devastadora, enquanto mantém sua influência na política do Oriente Médio.

Qual foi a trajetória política de Bashar al-Assad?

Bashar al-Assad nasceu em 11 de setembro de 1965 em Damasco. Estudou medicina e se especializou em oftalmologia em Londres. Após a morte de Basil, Bashar foi preparado para assumir o papel de líder político. Ele se tornou presidente da Síria em 2000, depois de um referendo que lhe concedeu uma aprovação de 97,29% dos votos. Desde então, ele foi reeleito em várias ocasiões, embora sob críticas internacionais sobre a legitimidade das eleições realizadas em meio ao conflito contínuo.

A liderança de Bashar al-Assad foi marcada pela eclosão da guerra civil síria em 2011, em um contexto de revoltas populares que sacudiram o Oriente Médio. Esse conflito complexificou a política interna do país, com diversos grupos rebeldes tentando derrubar seu governo, o que atraiu a atenção internacional e uma série de intervenções externas.

A dinâmica das alianças internacionais tem desempenhado um papel crucial na manutenção do poder de Bashar al-Assad. Rússia e Irã, dois de seus principais aliados, foram profundamente envolvidos em suas próprias crises. A Rússia se concentrou na invasão da Ucrânia, e o Irã enfrentou tensões crescentes com Israel. O Hezbollah, outro apoiador chave, enfrenta dificuldades internas com a perda de comandantes militares em ataques israelenses.

Essa alteração no cenário internacional proporcionou uma janela de oportunidade para que grupos rebeldes intensificassem suas ações contra o governo sírio, uma vez que seus principais apoiadores estavam focados em outros conflitos. Essa complexa rede de relações exemplifica a interdependência dos contextos geopolíticos globais e regionais.

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O que está por trás do avanço dos grupos rebeldes na Síria?

A recente ofensiva dos grupos rebeldes na Síria pode ser atribuída à distração dos aliados tradicionais do governo Assad. Analistas apontam que, sem o forte apoio da Rússia, Irã e Hezbollah, o governo Assad ficou vulnerável.

O cientista político Guilherme Casarões, da Fundação Getúlio Vargas, sugere ao g1 que esta foi uma oportunidade estratégica para os rebeldes tentarem retomar áreas sob controle do governo.“Aqueles que eram os três principais aliados do governo Assad, Hezbollah, Irã e Rússia, estão meio que fora desse envolvimento direto com o conflito, o que abriu uma oportunidade para que os rebeldes tentassem retomar certas posições estratégicas dentro do país”, afirmou.

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