GUERRA

Quem são os rebeldes no comando de Aleppo sob ataques da Rússia?

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Aleppo, Síria – Crédito: Getty Images

Desde o início do conflito na Síria, a situação política e militar do país tem sido volátil. As forças rebeldes têm desafiado o governo de Bashar al-Assad, que está no poder desde o ano 2000. Mais recentemente, um aumento significativo na ofensiva foi registrado na cidade de Aleppo, marcando um dos maiores conflitos contra o governo sírio em anos. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), as forças rebeldes na Síria conquistaram o domínio sobre a maior parte do território de Aleppo, a segunda maior cidade do país.

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O Hayat Tahrir al-Sham (HTS), um dos grupos rebeldes mais proeminentes, está no centro deste novo levante. Este grupo, que emergiu como uma força dominante em Idlib, lançou um ataque surpresa contra Aleppo, mostrando mais uma vez sua capacidade de desafiar o regime de Assad.

Qual é a origem dos rebeldes na Síria?

O HTS tem uma história complexa e envolta em controvérsias. Originalmente criado como Jabhat al-Nusra em 2011, este grupo começou como um afiliado da Al Qaeda. Seu objetivo inicial era derrubar o governo de Assad e estabelecer um regime islâmico na Síria. No entanto, em 2016, eles romperam com a Al Qaeda e reconfiguraram suas operações sob o novo nome de Hayat Tahrir al-Sham.

A liderança do HTS, sob Abu Mohammed al-Jawlani, tem buscado estabelecer controle local na província de Idlib, onde se tornaram a autoridade de facto. Apesar do claro rompimento com a Al Qaeda, suas práticas e objetivos continuam a alimentá-los em seu papel polêmico na guerra civil síria.

A guerra civil na Síria, travada há mais de uma década, deixou o país dividido em áreas de controle. O governo de Assad mantém controle sobre as principais cidades, enquanto regiões curdas no leste gozam de certa autonomia. Idlib, no noroeste, permanece no centro das operações rebeldes, com o HTS como a força dominante.

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O governo sírio, com apoio de seus aliados, incluindo a Rússia e grupos paramilitares iranianos como o Hezbollah, tem tentado retomar áreas chave dos rebeldes. No entanto, a batalha em Idlib demonstra um impasse duradouro, especialmente com os pactos de cessar-fogo não se mantendo completamente eficazes.

O que está impulsionando as atuais tensões em Aleppo?

A recente ofensiva dos rebeldes em Aleppo foi desencadeada por várias circunstâncias geopolíticas, incluindo a pressão contínua de ataques aéreos russos. A luta pela cidade é simbólica, dado o histórico de batalhas sangrentas que já ocorreram ali e o papel estratégico que Aleppo representa.

Além disso, tensões regionais, como os ataques israelenses contra posições iranianas na Síria e a recente ofensiva de Israel no Líbano contra o Hezbollah, também têm influenciado as dinâmicas locais de poder, incentivando movimentos inesperados das facções rebeldes.

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O futuro da resistência rebelde, especialmente do HTS, dependerá de vários fatores, incluindo sua capacidade de manter o controle sobre Idlib e possivelmente expandir sua influência. No entanto, o grupo enfrenta desafios internos, como lutas intestinas com outras facções e acusações de abusos de direitos humanos.

Embora o HTS tenha demonstrado habilidade em consolidar poder local, suas ambições maiores são ofuscadas pelas restrições geopolíticas e pela capacidade de resposta do exército sírio apoiado por aliados poderosos. A renovação do conflito em grande escala permanece uma preocupação, mas o equilíbrio de forças na Síria ainda é frágil e incerto.

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