A vice-presidente argentina, Victoria Villarruel, tem despertado atenção tanto por suas declarações controvérsias quanto por sua relação com o presidente Javier Milei. Recentemente, foi noticiado que Milei afirmou que Villarruel não participa das decisões governamentais nem das reuniões de gabinete. Este fato levanta questões sobre a influência real da vice-presidente nas políticas públicas do país.
A vice-presidência na Argentina possui um papel dual, também assumindo a presidência do Senado. Este papel é crucial especialmente em um cenário político onde Milei, o atual presidente, não detém maioria em nenhuma das casas do Congresso.
Quem é Victoria Villarruel, vice de Milei?
Victoria Villarruel, de 49 anos, provém de uma família militar, com laços estreitos às Forças Armadas argentinas. Sua trajetória política é marcada por sua postura firme em relação à ditadura militar que ocorreu de 1976 a 1983. Villarruel defende que o regime militar foi uma resposta ao comunismo, uma visão que enfrenta forte resistência de historiadores e especialistas em direitos humanos.
Ela fundou o Centro de Estudos Legais sobre o Terrorismo e suas Vítimas (CELTYV), uma organização que busca equiparar as ações dos governos militares às de grupos armados opositores da época. Essa perspectiva tem, naturalmente, alimentado debates acalorados na esfera política argentina.
A história militar da família de Villarruel tem uma clara influência sobre sua visão política e suas iniciativas. Seu pai, tenente-coronel Eduardo Villarruel, e seu avô, o contra-almirante Laurio Hedelvio Destéfani, ambos serviram nas forças armadas durante períodos críticos da história argentina. Este legado militar parece moldar suas convicções e ações políticas.
🚨🇦🇷 | EL ABRAZO ENTRE EL PRESIDENTE MILEI Y LA VICE VICTORIA VILARRUEL. También lo reciben Martín Menem, Atauche y Espert 🥹 pic.twitter.com/2GivhtvQbi
— Agarra la Pala (@agarra_pala) September 16, 2024
Repercussão na administração Milei
As posições de Villarruel sobre a ditadura militar e sua defesa pública dos militares condenados por crimes contra a humanidade são temas polêmicos amplamente discutidos na Argentina. Durante campanha política, Villarruel sugeriu conduzir uma auditoria para rever indenizações pagas pelo Estado às vítimas da ditadura, ação que recebeu duras críticas de organizações de direitos humanos.
Seu discurso em eventos públicos continua a provocar reações diversas, enquanto busca reivindicar o papel daqueles que combateram grupos guerrilheiros, argumentando que muitos estão presos injustamente. Seus comentários têm polarizado a opinião pública, inflamando debates sobre memória histórica e justiça.
Diante desse cenário, o futuro político de Victoria Villarruel parece estar firmemente atrelado a suas crenças e ao quanto poderá influenciar dentro da administração de Milei. Com uma posição institucional teoricamente poderosa, mas com limitações práticas impostas pela dinâmica de governo, seu impacto efetivo é ainda uma incógnita.