ENTENDA

Rebeldes avançam sobre a capital síria em ofensiva contra Assad; Egito e Jordânia pressionam por sua saída

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Bashar al-Assad – Créditos: depositphotos.com / ifeelstock

O cenário de guerra na Síria voltou a se intensificar com as conquistas de territórios significativos pelos rebeldes da Organização para a Libertação do Levante (HTS). Nesta sexta-feira, 6, rebeldes avançam rumo a Damasco com o objetivo de cercar a capital síria e derrubar o governo do ditador Bashar al-Assad. De acordo com o jornal The Wall Street Journal, autoridades do Egito e da Jordânia solicitaram que Assad deixe o país.

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Líderes do HTS revelaram que suas forças se encontram próximas à cidade de Homs, a terceira maior cidade do país, significando um avanço notável em seu movimento contra o regime de Bashar al-Assad. A captura de Homs poderia representar um cerco significativo a Assad, considerando que os rebeldes conseguiriam uma posição crucial para acessar a capital, Damasco, que está localizada a menos de 200 km ao sul.

Qual é a relevância estratégica de Homs para o regime Assad?

A cidade de Homs, localizada no centro da Síria, possui uma importância estratégica tanto para o governo quanto para os rebeldes. Historicamente, Homs tem sido um ponto de conexão vital entre várias regiões do país. Portanto, seu controle tem implicações diretas no deslocamento de tropas e no abastecimento de forças. Para o regime de Assad, manter Homs sob seu domínio é crucial para assegurar a comunicação com a costa, onde se encontram as bases russas, um de seus principais aliados na guerra.

Se Homs cair nas mãos dos rebeldes, isso poderá isolar ainda mais a capital síria e enfraquecer a já debilitada infraestrutura do governo. A relevância de Homs no tabuleiro da guerra civil síria é, portanto, inegável, e a sua atual situação desperta preocupação entre as facções leais a Assad e os seus apoiadores internacionais.

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Avanço dos rebeldes

A progressão dos rebeldes simboliza não apenas um avanço territorial, mas também um teste de resistência ao poder de Bashar al-Assad, que se mantém no comando graças ao apoio de aliados externos, como Rússia e Irã. A queda de cidades como Homs e, mais recentemente, Daara, implicam numa pressão crescente sobre o regime, forçando-o a redobrar esforços para defender suas posições estratégicas.

Com essa nova onda de ofensivas, várias instituições internacionais e países vizinhos, como o Egito e Jordânia, passaram a solicitar que Assad considere criar um governo no exílio, uma tentativa de promover alguma forma de estabilidade política e evitar mais derramamento de sangue. Entretanto, as negociações permanecem complexas diante da resistência de Assad em abandonar o poder.

A surpreendente velocidade do avanço dos rebeldes pode ser atribuída a vários fatores. Entre eles, destaca-se o enfraquecimento das milícias apoiadas pelo Irã, que viram suas operações tornarem-se vulneráveis devido às ações de forças externas, como Israel. Além disso, a assistência militar ocidental, liderada principalmente pelos Estados Unidos, forneceu os meios necessários para que os curdos, aliados dos rebeldes, consolidassem posições-chave, como em Deir el-Zor.

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Outro elemento crucial é a capacidade do HTS de mobilizar e organizar suas forças de maneira eficaz, aproveitando oportunidades geradas por lacunas táticas no esquema de defesa do governo de Assad. Assim, o apoio logístico e a estratégia coordenada de ataques permitiram que os rebeldes ganhassem terreno em um curto espaço de tempo.

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