Ambientalistas denunciam recompensa por caça a tubarões em Ubatuba, litoral de SP

Os dois ataques por tubarão registrados em novembro são os primeiros em 30 anos em Ubatuba

Ambientalistas denunciam recompensa por caça a tubarões em Ubatuba, litoral de SP
Apesar de confirmar dois casos de banhistas feridos por tubarões em um espaço de 15 dias, pesquisadores consideram os casos como raros e isolados.

Ambientalistas de 50 órgãos denunciaram a iniciativa de uma marina que oferece recompensa financeira para a caça de tubarões em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Apesar de confirmar dois casos de banhistas feridos por tubarões em um espaço de 15 dias, pesquisadores consideram os casos como raros e isolados.

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A iniciativa foi denunciada pelas organizações não governamentais (ONG’s) após um e-mail disparado pelo presidente do Tamoios Iate Clube. Na mensagem, a diretoria da empresa afirma “preocupação com possíveis danos ao turismo” e anuncia “um prêmio pela captura ou eliminação do organismo causador dos ataques”. O caso ganhou repercussão quando a mensagem viralizou nas redes sociais.

A caça de tubarões é proibida por meio de portaria do Ministério do Meio Ambiente e considerada crime ambiental, com previsão de multa e prisão.

Os ambientalistas destacaram, em uma carta de repúdio contra a caça de tubarões, que a iniciativa pode provocar efeitos sérios e irreversíveis na vida marinha, já afetada negativamente por ações humanas, como a poluição.

“Os tubarões são essenciais para o equilíbrio do ecossistema marinho, sendo que diversas espécies de tubarões já se encontram vulneráveis, ameaçadas ou em risco de extinção, e atitudes como essa podem ampliar e causar imenso desequilíbrio ecológico desencadeando diversos problemas, inclusive aos seres humanos”, afirmam os ambientalistas.

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Nas redes sociais, a ONG Ampara Silvestre repudiou a iniciativa. “Esse incentivo é uma prática totalmente desnecessária e pode trazer efeitos muito piores para o equilíbrio dos mares paulista, afinal, tubarões são peça-chave no controle de águas vivas, por exemplo. Essa ideia estúpida já foi realizada no estado de Pernambuco e por países onde realmente ocorrem ataques sérios aos banhistas, e o que se observou foi um desequilíbrio nos mares que nada alterou os ataques.”

Em entrevista ao portal de notícias g1, o comodoro do Tamoios Iate Clube, José Jacyntho de Magalhães afirma que foi mal interpretado e que a mensagem não passava de uma ironia.

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