Bosque da Memória faz homenagem a vítimas da covid-19 no estado do Rio

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Várias espécies da Mata Atlântica serão plantadas neste sábado (5), quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, em uma área de 7 hectares, na Reserva Ecológica Guapiaçu (Regua), em Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro. A iniciativa é uma homenagem às vítimas da covid-19 e integra a campanha Bosques da Memória.

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Lançada em 2020, com o objetivo de plantar árvores e recuperar florestas, a campanha é também um gesto simbólico para homenagear pessoas que morreram na pandemia de covid-19 e agradecer aos profissionais de saúde dedicados ao combate dessa doença no Brasil. Estarão presentes dois representantes por família, divididos em grupos.

Os Bosques da Memória resultam de ação conjunta da Rede de Organizações não Governamentais (ONGs) da Mata Atlântica, da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica. ”Todas as instituições que aderem a essa iniciativa fazem um plantio, como parte de suas atividades de reflorestamento, em homenagem às vítimas da covid-19”, disse à Agência Brasil a coordenadora executiva do Projeto Guapiaçu, Gabriela Viana.

A Regua já faz um trabalho de reflorestamento, e o plantio do Bosque da Memória Guapiaçu é parte de sua atuação normal. No momento, a Regua está procedendo ao reflorestamento de mais 100 hectares. “Parte desse plantio, equivalente a 7 hectares, nós estamos oferecendo em homenagem às vítimas da covid, a familiares e a parte da nossa equipe, como eu, por exemplo, que perdi minha avó há um ano. Então, decidimos ceder essa área em homenagem às vítimas, como uma lembrança”, disse Gabriela.

A avó de Gabriela, Leda D’Ávila Viana, tinha 94 anos, era uma pessoa forte, “sem nenhuma comorbidade”, que acompanhava os noticiários, mas pegou covid, ficou 38 dias internada e tinha, inclusive, negativado para a doença, quando morreu.

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Futuras gerações

Segundo coordenadora do Projeto Guapiaçu, aqueles que trabalham com meio ambiente, de maneira geral, têm o pensamento de que aquilo que está sendo feito agora pela natureza serve para eles, mas serve, principalmente, para as futuras gerações. “O ato de plantar uma árvore tem esse sentimento. Talvez eu não consiga ficar debaixo da sombra dessa árvore, mas, com certeza, meus filhos e meus netos ficarão e poderão usufruir do benefício dessa árvore.”

De acordo com Gabriela, o máximo de retirada de carbono da atmosfera ocorre em um prazo de 30 anos. “Portanto, quem vai receber os benefícios são as futuras gerações”. Por esse motivo, o Projeto Guapiaçu, realizado pela Regua, com patrocínio da Petrobras, resolveu aderir à campanha Bosques da Memória.

Nos 7 hectares do Bosque Guapiaçu serão plantadas 50 mil mudas de 20 espécies da Mata Atlântica: jequitibá-branco, araribá, jacarandá-da-bahia, ipê-amarelo, ipê-roxo, jatobá, ingá-cipó, boleira, paineira, pau-ferro, pau-brasil, vinhático, quaresmeira, aroeira, guapuruvu, sapucaia, grumixama, jenipapo, mamão-jaracatiá e cajá-mirim.

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A área do bosque faz parte dos 100 hectares que estão sendo recuperados pelo Projeto Guapiaçu e foi adquirida pela Regua por meio de uma doação da Millichope Foundation, do Reino Unido.

A reserva ecológica trabalha com 120 espécies da Mata Atlântica, com mudas produzidas em sua própria área. “Nós temos um viveiro com capacidade de produção de mais de 100 mil mudas por ciclo anual e grande parte também das sementes é coletada na região, para garantir justamente que esse material genético de alta qualidade seja usado para ligar pequenos fragmentos de Mata Atlântica”, acrescentou Gabriela.

(Agência Brasil)

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