Funcionária de Hotel é atacada com leite quente ao orientar sobre protocolos contra a Covid-19

A funcionária completa hoje, cinco anos trabalhando no hotel, e conta que já passou por muitas situações difíceis com outros hóspedes, mas nada como o ocorrido de agora

Funcionária de Hotel é atacada com leite quente, ao orientar sobre protocolos contra a Covid-19
O caso será investigado pela Polícia Civil e foi registrado como lesão corporal (Créditos: Reprodução / Facebook @indaiapraiahotel )

Em um hotel de Bertioga, no litoral de São Paulo, uma funcionária foi agredida por uma hóspede com líquido quente, no último domingo (12), depois de explicar regras adotadas pelo estabelecimento em relação à Covid-19 e à estadia de pets. O caso será investigado pela Polícia Civil e foi registrado como lesão corporal.

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“Ela ficou nervosa, não houve discussão”, disse a vítima, que não quis se identificar. Segundo informações do UOL, a funcionária conta que o episódio começou quando a advogada de 41 anos, de São Paulo, perguntou se poderia soltar seu cão no gramado da área externa do hotel, onde é servido o café da manhã no Indaiá Praia Hotel. Ela foi informada, que pelas regras do local, os animais devem permanecer presos à coleira.

A funcionária relatou, “o hotel aceita pets até 8 quilos e, na reserva, o cliente recebe o regulamento de como deve ser a convivência com o animal. Quando confirmar a reserva, o cliente está ciente das regras. Ela disse que era um absurdo pois tinha escolhido o hotel por ser pet friendly. Disse que o cão dela era dócil e continuou balbuciando. Eu disse ‘sinto muito, não vai poder soltar mesmo’ e saí”.

A advogada voltou e perguntou o nome da vítima e questionou se ela era a proprietária do hotel. Teria dito ainda que “não gostou” da forma como a funcionária a tratou e que iria reclamar com o dono do hotel. Após algum tempo, quando foi se servir do café, a advogada não usou a luva na mão que toca a garrafa, que durante a pandemia da Covid-19, foi um protocolo que o hotel adotou.

“Eu cheguei e disse que ela precisava usar a luva na mão que apertava a garrafa. Fui pegar o guardanapo para higienizar a garrafa e no que eu virei, só senti o líquido quente na minha cara. Me senti envergonhada, com todo mundo olhando para mim, totalmente humilhada ali”, disse a funcionária, que teve queimadura de primeiro grau na orelha direita.

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A advogada ficou no hotel até segunda-feira (13), com o filho e seu marido. O espaço continua aberto para utilizações caso haja posicionamento da profissional.

A funcionária completa hoje, cinco anos trabalhando no hotel, e conta que já passou por muitas situações difíceis com outros hóspedes, mas nada como o ocorrido de agora.

“Vou procurar os meus direitos. Acionei uma advogada e estou fazendo atendimento com psicólogo porque não foi fácil. Ela me agrediu com aquilo que ela tinha na mão, um leite quente que todo mundo sabe que vai ferir alguém. E se ela tivesse uma faca na mão?”.

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Ela diz que espera por justiça. A administração do hotel a apoiou durante o ocorrido e ela não voltou a ver a advogada desde do episódio, de acordo com a funcionária.

“Vou entregar na mão de Deus e na da Justiça. Eu fiz a minha parte. Não revidei, não chamei a polícia para não traumatizar o filho dela. Eu espero que a Justiça seja feita e que ela aprenda a respeitar o ser humano. Porque, além de estar ali, servindo as pessoas, eu sou um ser humano”.

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