O efeito da pandemia no mercado de shows

No ano em que começou a pandemia de covid-19 (2020), o Brasil teve 15 mil apresentações de shows e espetáculos, segundo o relatório O que o Brasil ouve, divulgado hoje (15) pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). O número representa queda superior a 80% em comparação a 2019, quando foram registrados cerca de 83 mil espetáculos e eventos por todo o país.

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Segundo o Ecad, foram coletados dados dos anos de 2021, 2020 e 2019, que apontam o que aconteceu no mercado de eventos musicais, a partir da restrições impostas pela pandemia eventos em todo o país. 

Em 2019, os quatro estados da Região Sudeste concentraram 50% dos espetáculos e apresentações. São Paulo liderou o ranking, com mais de 30% do total realizado. O relatório mostra que ainda em 2019, o segmento show distribuiu R$ 95 milhões para mais de 56 mil compositores e editores.

Em 2019, a arrecadação do Ecad em todos os segmentos, além de espetáculos, totalizou R$ 1,12 bilhão e foram distribuídos R$ 986 milhões, beneficiando 383 mil artistas.

Pandemia

No ano passado, o total de apresentações caiu para 15 mil, das quais a maioria ocorreu ainda no primeiro trimestre, antes das restrições impostas para impedir a disseminação da covid-19. No ranking das maiores arrecadações, destaque para três eventos relacionados ao carnaval: os blocos de rua do Distrito Federal, o Camarote Salvador e os desfiles das escolas de samba do grupo A no Rio de Janeiro.

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De acordo com o relatório do Ecad, em 2020, a gestão coletiva distribuiu R$ 24 milhões em direitos autorais para mais de 14 mil compositores e demais artistas pelas músicas tocadas durante o carnaval, com aumento de 12,5% em relação a 2019.

A paralisação dos eventos presenciais impactou no pagamento de direitos autorais, refletindo a crise econômica gerada pela pandemia. Como resultado, cerca de 16 shows e eventos realizados em 2020 ficaram inadimplentes.

O relatório indica que, em 2020, foram distribuídos R$ 78,3 milhões para mais de 85 mil compositores e editores no segmento de show, com queda de cerca de 20% no valor distribuído em relação a 2019.

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Já a arrecadação total somou R$ 905 milhões, mas com as ações efetuadas pelo Ecad, como distribuições extras e repasse de direitos a eventos no streaming, a distribuição alcançou R$ 947 milhões, beneficiando 263 mil artistas e demais titulares.

2021

Nos seis primeiros meses de 2021, o segmento de shows mostrou queda significativa de mais de 75% no valor do repasse na distribuição de direitos autorais em comparação com o primeiro semestre de 2020. Apesar do cenário de pandemia, somente no primeiro semestre de 2021, o Ecad arrecadou quase R$ 472 milhões e distribuiu R$ 399 milhões em direitos autorais​ para ​​​mais de 185 mil titulares.​​​

O relatório informa que os rendimentos distribuídos pela gestão coletiva no acumulado de janeiro a junho deste ano mostram que os compositores e demais titulares continuam sentindo os reflexos da pandemia.

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De acordo com o Ecad, o valor representa retração de 19% em comparação a igual período do ano passado, considerando todos os segmentos de distribuição e não apenas os espetáculos.

A superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim, acredita que a vacinação da população acena para novos e positivos tempos para a indústria da música e todos os que vivem dela. Segundo Isabel, o segmento de shows e eventos é muito importante para os compositores e artistas no Brasil e foi um dos primeiros segmentos obrigados a parar, sendo um dos últimos que retornará à normalidade:

“Esse foi um dos segmentos que mais sofreu e é o que mais depende do avanço da vacinação da população, porque promove eventos e atividades que reúnem as pessoas e a música. A expectativa de todos na indústria da música é que haja segurança para a volta dos shows e a retomada do setor”.

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Segundo a superintendente, o mercado já começa a apresentar sinais de movimento no Brasil, apesar das restrições e dos protocolos ainda impostos pela pandemia do coronavírus. Para 2022, já estão anunciados grandes festivais, como o Rock in Rio e o Lollapalooza.

(Agência Brasil)

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