Como o conflito na Ucrânia ameaça a internet no mundo

Rússia vem fazendo experiências com uma internet independente – apelidada de Runet – há vários anos, mas ajustada à internet existente.

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Regras do comércio global foram abaladas após a invasão russa na Ucrânia (Crédito: Brandon Bell/Getty Images)

Gigantes corporativos ;como Meta, Google e Apple, que sempre se caracterizaram como empresas neutras na área de tecnologia, estão agora exibindo suas cores políticas, retirando seus produtos da Rússia em resposta à invasão da Ucrânia.

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Enquanto isso, a internet está mudando para os usuários russos. O Twitter e o Facebook estão bloqueados, o TikTok não permite postagens de usuários da Rússia e há relatos de que a polícia está interpelando as pessoas nas ruas para saber o que elas estão vendo nos seus telefones celulares.

A pergunta agora é se o conflito na Ucrânia pode alterar não apenas a geografia do mundo, mas mudar fundamentalmente a natureza da internet global.

Para muitas pessoas, os pedidos de corte formaram um caminho perigoso rumo ao que é conhecido como “splinternet” – diferentes países terem diferentes versões da internet.

A Grande Muralha Digital da China, como é chamada, talvez seja o exemplo mais óbvio de como um país pode criar a sua própria Web. Mas, no Irã, o conteúdo da rede também é policiado e as informações externas são limitadas pela companhia estatal de telecomunicações iraniana.

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A própria Rússia vem fazendo experiências com uma internet independente – apelidada de Runet – há vários anos, mas ajustada à internet existente, diferentemente da versão chinesa, que foi construída a partir do zero.

Em 2019, o governo russo afirmou ter testado o sistema com sucesso. Naquele teste, solicitou-se aos provedores de internet da Rússia que configurassem a internet dentro das suas fronteiras como se fosse uma intranet gigante – uma rede privada de websites sem comunicação com o mundo exterior. A iniciativa envolveu a restrição dos pontos em que a versão russa da internet conectava-se com a sua correspondente global.

Agora, aparentemente a Rússia está testando de novo esses sistemas. Um memorando do governo russo pediu aos provedores de internet que reforçassem sua segurança e se conectassem aos servidores DNS (sistema de nomes de domínio, em tradução livre do inglês) na Rússia.

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Alguns acreditaram que o memorando e a data de realização do teste (11 de março) significavam que a separação da Rússia da internet era iminente. Mas Woodward considera que este seja mais um teste de prontidão.

*reportagem original em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-60711412?at_custom3=BBC+Brasil&at_custom2=twitter&at_campaign=64&at_medium=custom7&at_custom4=1663CCAA-A17A-11EC-93E1-81C9923C408C&at_custom1=%5Bpost+type%5D

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