Mulheres vítimas de violência doméstica assistem a show da Tiê em SP

Algumas moram em abrigos sigilosos – locais que não têm o endereço divulgado, já que suas residentes são ameaçadas de morte ou têm medida protetiva. Por segurança, elas pouco saem do abrigo.

Mulheres vítimas de violência doméstica assistem a show da Tiê em SP
Cantora não cobrou pelo cachê (Crédito: Reprodução Redes Sociais)

No palco de um teatro na Zona Leste de SP, a cantora Tiê cantava acompanhada apenas do seu violão cantou para mulheres vítimas de violência doméstica. Essas mulheres que nos últimos meses enfrentaram o oposto do que aquela tarde de alegria e acolhimento proporcionava, puderam receber mais alegria por meio do show.

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Nesta quarta-feira (15), Tiê fez um show na Fábrica de Cultura Parque Belém para mulheres vítimas de violência doméstica que são assistidas pela Prefeitura de São Paulo. Algumas delas moram hoje em abrigos sigilosos – locais que não têm o endereço divulgado, já que suas residentes são ameaçadas de morte ou têm medida protetiva. Por segurança, elas pouco saem do abrigo, muito menos participam de eventos culturais.

Para Tiê, o show, que ela fez sem receber cachê, foi uma oportunidade de exercer a  sororidade, união e aliança entre as mulheres- na prática.

No final do show, uma fila de mulheres se formou para registrar o encontro com a cantora. A sessão de selfies e os risos foram um alento para muitas das mulheres. “Fico muito feliz de estar aqui, com todas essas mulheres, e saio daqui fortalecida“, disse Tiê.

A iniciativa foi uma parceria da Prefeitura de São Paulo com o Governo do Estado. Presente na plateia, a secretária municipal de Direitos Humanos, Claudia Carletto, disse que o objetivo do show foi levar para estas mulheres um “carinho de Natal“.

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É uma forma de mostrar para elas também que esses equipamentos onde elas costumam ficar, longe de casa, longe dos seus pertences, longe de todo um histórico que elas construíram na vida delas, que elas também são acolhidas“, afirmou a secretária.

Em média cerca de 600 mulheres são vítimas de violência doméstica por dia no Brasil, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência durante a pandemia de Covid, segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum.

A rede de proteção às mulheres vítimas de violência da secretaria de Direitos Humanos atendeu, neste ano, 35 mil mulheres. Em 2020, foram 24 mil mulheres acolhidas.

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Diversos tipos de equipamentos municipais oferecem atendimento, alguns de maneira sigilosa, segundo G1.

Os abrigos que não têm o endereço divulgado por questões de segurança oferecem acolhimento para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, em situação de risco de morte, ameaças em razão da violência doméstica e familiar ou que sofreram algum tipo de violência física, sexual, psicológica e/ou moral.

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