‘Brasil parece estar do outro lado’, diz porta-voz da Casa Branca sobre encontro de Bolsonaro com Putin

Bolsonaro se reuniu com Putin na última quarta-feira (16)

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A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, fala durante um briefing diário da Casa Branca na James S. Brady Press Briefing Room da Casa Branca em 18 de fevereiro de 2022 em Washington, DC. Psaki realizou uma coletiva de imprensa diária para responder a perguntas, incluindo a crise na fronteira Ucrânia-Rússia, de membros da imprensa. (Crédito: Wong/Getty Images)

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou nesta sexta-feira (18) que o Brasil “parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global”, ao comentar o encontro de Jair Bolsonaro (PL) com o presidente russo Vladmir Putin.

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“Não discuti diretamente com o presidente”, disse Psaki. “Mas eu diria que a vasta maioria da comunidade global está unida em uma visão compartilhada, de que invadir um outro país, tentar tirar parte do seu território, e aterrorizar a população, certamente não está alinhado com valores globais e, então, acho que o Brasil parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global.”

Na véspera da viagem de Bolsonaro à Rússia, um porta-voz do Departamento de Estado americano disse que o momento da visita do brasileiro ao presidente Putin “não poderia ser pior”.

“Vemos uma narrativa falsa de que nosso engajamento com o Brasil em relação à Rússia envolve pedir ao Brasil que escolha entre os Estados Unidos e a Rússia. Esse não é o caso. A questão é que o Brasil, como um país importante, parece ignorar a agressão armada por uma grande potência contra um vizinho menor, uma postura inconsistente com sua ênfase histórica na paz e na diplomacia”, disse um porta- voz do Departamento de Estado à TV Globo.

O governo dos EUA também se mostrou irritado com a declaração de solidariedade do presidente Jair Bolsonaro à Rússia.

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“O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, enquanto as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior. Isso mina a diplomacia internacional destinada a evitar um desastre estratégico e humanitário, bem como os próprios apelos do Brasil por uma solução pacífica para a crise”, afirmou o porta-voz.

Na ocasião, Bolsonaro afirmou que “somos solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz”. Antes do encontro com Putin, ao falar sobre uma eventual reação americana à movimentação militar russa, Bolsonaro disse que o premiê russo “busca a paz”.

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