Na terça-feira (28), a China acusou publicamente os Estados Unidos de assumirem posturas irresponsáveis e inseguras no espaço após dois satélites operados pela Starlink, uma divisão da SpaceX, de Elon Musk, quase colidirem com a estação espacial chinesa.
Durante coletiva, o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Zhao Lijian, disse que “os EUA ignoram suas obrigações sob os tratados internacionais, representando uma séria ameaça à vida e à segurança dos astronautas”.
No dia 6 de dezembro o governo chinês encaminhou uma queixa ao Comitê da ONU para Usos Pacíficos do Espaço Exterior. O documento alega que a estação espacial chinesa executou “manobras evasivas” para “prevenir uma potencial colisão” com os satélites Starlink.
Os incidentes relatados pelo governo chinês ocorreram em 1º de julho e 21 de outubro.
Jonathan McDowell, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, disse em entrevista à agência de notícias AFP que manobras perigosas para reduzir o risco de colisões no espaço estão se tornando mais frequentes à medida que mais objetos entram na órbita da Terra.
O pesquisador ainda afirma que notou um ”aumento no número de passagens próximas desde que a Starlink começou a operar”.
”Certamente, qualquer colisão demoliria completamente a estação espacial chinesa e mataria todos a bordo”, acrescentou McDowell.
As reclamações de Pequim sobre a Starlink geraram críticas de usuários chineses ao bilionário Elon Musk.
Uma hashtag sobre o assunto na plataforma Weibo teve 90 milhões de visualizações na terça-feira.
“É irônico que chineses comprem carros da Tesla, contribuindo com grandes somas de dinheiro para que Musk possa lançar satélites da Starlink, e então ele quase colide com a estação espacial da China”, comentou um usuário.