Putin compara transexuais com “forma de obscurantismo”

Na Rússia, as marchas do orgulho LGBTQIA+ são proibidas por lei. Em 2020, foi feita uma emenda à Constituição, segundo a qual se especifica que o casamento é a união entre “um homem e uma mulher”

Putin compara transexuais com “forma de obscurantismo”
Presidente da Rússia, Vladimir Putin (Crédito: Peter Muhly – WPA Pool/ Getty Images)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou durante sua coletiva de imprensa anual sobre pessoas transexuais e considerou que se trata de uma “abordagem tradicional” e que é uma “forma de obscurantismo” que as pessoas mudem de gênero por outro com o qual se percebem.

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“Tenho uma abordagem tradicional: uma mulher é uma mulher, um homem é um homem. Espero que a nossa sociedade tenha protegido internamente a sua moral, que emana das nossas confissões religiosas tradicionais (…) contra esta forma de obscurantismo,” Putin disse, reafirmando sua posição conservadora.

“Não devemos lutar contra isso por decreto, gritando ou acusando, mas apoiando nossos valores tradicionais”, disse o líder do Kremlin.

Durante sua tradicional entrevista coletiva de fim de ano, que durou cerca de quatro horas, o presidente russo abordou todos os tipos de tópicos: desde o risco de um conflito armado na Europa até sua relação com o Papai Noel.

A Rússia aprovou uma lei contra a “propaganda” homossexual em 2013, cujo objetivo oficial, eles proclamam, é proteger os menores, mas proíbe as expressões públicas e também na mídia, e é frequentemente usada contra ativistas e grupos. LGTB, que lutam contra esta discriminação por causa de seu gênero ou escolha sexual.

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Neste país, as marchas do orgulho LGBTQIA+ são proibidas por lei. Em 2020, foi feita uma emenda à Constituição, segundo a qual se especifica que o casamento é a união entre “um homem e uma mulher”.

Ativistas pela igualdade de direitos afirmam que a lei permite às autoridades impor uma política homofóbica e discriminatória às minorias sexuais em geral, em nome da defesa dos “valores tradicionais”, que Vladimir Putin busca defender.

Quando questionado por um jornalista sobre sua visão da chamada “cultura do cancelamento” e as acusações de “transfobia” contra o criador de Harry Potter, a escritora britânica JK Rowling, ele respondeu que se um homem pudesse se declarar mulher e competir nos esportes, “o esporte feminino desaparecerá completamente.”

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A escritora inglesa, de 54 anos, criou um escândalo meses atrás apoiando Maya Forstater, uma investigadora tributária que foi demitida em março por questionar os planos do governo do Reino Unido que permitem aos cidadãos ter total liberdade sobre sua identidade de gênero.

ag cp

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Perfil Brasil.

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*Texto publicado originalmente no site Notícias, da Editora Perfil Argentina.

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