Ceará e Rio registram casos de ‘flurona’, coinfecção por influenza e Covid

Infectologista diz que ainda é cedo para saber se coinfecção aumenta gravidade das doenças

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(Crédito: Camila Batista/Semsa)

Ceará e Rio de Janeiro registraram casos de coinfecção por influenza e Covid-19. O fenômeno está sendo chamado de “flurona”, uma junção do nome das duas doenças.

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No Rio, um adolescente de 16 anos foi acometido pela coinfecção. A mãe do jovem, Adriana Soutto Mayor, diz que ele começou a apresentar sintomas como coriza e febre baixa na quarta-feira (29). Como o jovem não melhorou, ela decidiu levá-lo para fazer um teste no dia seguinte.

“Achei que, se desse alguma coisa, seria influenza, mas deram as duas coisas. Eu desconfiei e fomos para outro laboratório. Em poucas horas, também veio o resultado, confirmando o primeiro teste”, disse Adriana.

O jovem, que tomou as duas doses da vacina, não apresenta um quadro grave. Segundo Adriana, as autoridades de saúde do Rio já entraram em contato para investigar o caso.

Em nota, a Secretaria de Saúde disse que ainda não confirmou a dupla infecção e que, em geral, os casos são notificados pela doença com maior gravidade. “É importante ressaltar que ainda não existem estudos científicos publicados que confirmem as implicações clínicas ou imunológicas da infecção conjunta. A Secretaria reforça que vai acompanhar qualquer ocorrência que venha a ser notificada no estado.”

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Já no Ceará, o governo confirmou três casos de coinfecção em Fortaleza. Trata-se de duas crianças de um ano e homem de 52 anos. Ambos nao apresentam quadros clínicos graves.

Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará, não se sabe ainda qual cepa do coronavírus infectou os três. A pasta também informou que os pacientes foram contaminados pela H3N2, uma das cepas da influenza.

De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, ainda não é possível saber se a coinfecção eleva a gravidade das doenças. “Tanto a Covid-19 quanto a influenza são doenças respiratórias, porém a chamada flurona é muito nova e não sabemos se a combinação dos dois vírus causa doenças mais graves.”

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Weissmann afirma que casos de dupla infecção irão aumentar em razão das festas de fim de ano.

“Essa é uma possibilidade esperada devido à circulação dos dois vírus e à transmissão semelhante, de pessoa a pessoa, através de gotículas. Também não podemos nos esquecer das viroses transmitidas pelo Aedes aegypti , como dengue, chikungunya , zika, que têm uma frequência maior nessa época do ano”, diz ele.

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