Queda capilar após recuperação de Covid-19: há com o que se preocupar?

A cientista e pesquisadora Jackeline Alecrim aponta que o sintoma acomete cerca de um terço dos infectados, mas é possível reverter o quadro

Apesar de completos um ano da descoberta do novo coronavírus, o Sars-Cov-2, cientistas e pesquisadores ainda têm muito a descobrir sobre a ação do vírus, desenvolvimento da Covid-19, e, principalmente, sobre as sequelas e sintomas pós-doença. Entre uma das queixas que insiste em permanecer mesmo após a recuperação da doença está queda de cabelo, que atinge cerca de um terço dos infectados e pode durar meses conforme comprovou um estudo conduzido pela Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.

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Especializada em Cosmetologia Avançada e Farmacologia Clínica, Dra. Jackeline Alecrim explica que o cabelo possui três fases de crescimento: a anágena, de crescimento ativo, a catágena, que representa o final da fase de crescimento e entrada no período de repouso, e a telógena, fase de queda natural dos fios.

“O que ocorre no pós-Covid é que os fios que estavam em anágena, ou sejam, em crescimento ativo, migram precocemente para a telógena, de queda, em um processo que se denomina eflúvio telógeno”, elucida.

Não se trata, porém, de um sintoma exclusivo de Covid-19 — a queda de cabelo é comum às doenças infecciosas que causam estresse persistente e modificações metabólicas severas no organismo. “O menos preocupante é que não se trata de uma doença que atacou o couro cabeludo, mas uma condição transitória devido ao estresse imunológico e fisiológico que o vírus causou no organismo”, tranquiliza.

Essa queda de cabelo pode persistir por até seis meses após a doença, mas existem tratamentos que podem regularizar o processo de crescimento em um espaço de tempo menor. “É possível tratar o couro cabeludo com ativos locais, como é o exemplo do extrato biotecnológico de café, que contém substâncias capazes de estimular fisiologicamente o folículo piloso, melhorando a circulação sanguínea e restabelecendo o funcionamento do folículo capilar”, explica a cientista.

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Além disso, o tratamento também pode envolver suplementação vitamínica adequada e reposição de glutamina. “Além de terapias utilizadas diretamente no couro cabeludo, como é o caso do dermocosmético mencionado acima, que terão absorção e ação local, restabelecendo o ciclo do crescimento capilar. De qualquer forma, um médico qualificado precisa analisar o caso para que o tratamento seja efetivo”, alerta Dra. Jackeline Alecrim.

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