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Apesar de polêmica, Michelle Bolsonaro é homenageada no Theatro Municipal de SP

Published 26/03/2024
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Michelle Bolsonaro recebe título de cidadã honorária de SP em espaço cujo uso havia sido proibido pela Justiça - Créditos: Reprodução/ Rede Câmara SP

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro recebeu título de cidadã honorária de São Paulo nesta segunda-feira (25). A cerimônia aconteceu no Theatro Municipal, espaço público cujo uso havia sido barrada pela Justiça em decorrência da natureza do evento.

Uso “bloqueado”

A prefeitura é responsável pela agenda do Theatro Municipal, que deve priorizar o uso sem custos para a Secretaria de Cultura e o poder executivo. A deputada federal Erika Hilton e a ativista Amanda Paschoal recorreram ao Tribunal de Justiça de São Paulo, argumentando que a homenagem à ex-primeira dama seria um evento natureza pessoal para o prefeito Ricardo Nunes. 

O desembargador Martin Vargas acatou o pedido, definindo que o evento deveria acontecer na Câmara Municipal de São Paulo. Caso a determinação não fosse cumprida, estipulou uma multa de R$50 mil pelo “grave risco de desvio de finalidade do bem público”.

Violação de justiça por Michelle Bolsonaro

Mesmo com a proibição do uso do Theatro Municipal, o vereador Rinaldi Digilio (União Brasil), autor da proposta que concede o título a Michelle, alugou o espaço por conta própria. A homenagem aconteceu na noite desta segunda-feira (25), e contou com a presença do prefeito Ricardo Nunes e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Digilio afirma ter feito um empréstimo de R$ 100 mil para realizar a cerimônia. Em nota, o político explicou que utilizou seus próprios recursos para “evitar quaisquer dúvidas relativas de dano ao erário público”.

No discurso que fez durante o evento, a ex-primeira dama defendeu o marido.“Bolsonaro foi um homem que Deus levantou para abençoar essa nação. Eu posso falar para vocês que nós trabalhamos incansavelmente todos os dias”, disse. “O Brasil voltará a ser governado por pessoas de bem”.

Repercussão

Erika Hilton anunciou que abrirá um processo criminal contra Ricardo Nunes, Rinaldi Digilio e a direção da fundação Theatro Municipal por improbidade administrativa. A deputada também protocolou um pedido de prisão em flagrante ao prefeito por descumprimento de determinação judicial.

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