Indiciado pela PF

Bolsonaro nega ter discutido plano para matar autoridades: “Isso nunca aconteceu”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, em entrevista à revista Veja, ter qualquer conhecimento sobre “um plano para matar alguém”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, em entrevista à revista Veja, ter qualquer conhecimento sobre “um plano para matar alguém”. A declaração foi publicada nesta sexta-feira (22), um dia após a Polícia Federal (PF) indiciá-lo junto a outras 36 pessoas pela tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral em 2022. Segundo a revista, a entrevista ocorreu antes da divulgação do indiciamento, por videoconferência, logo após a operação da PF que prendeu quatro militares e um policial federal na terça-feira (19).

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Lá na Presidência havia mais ou menos 3.000 pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso?”, declarou o ex-presidente. Ele enfatizou que “discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”.

Documento no Planalto

A investigação aponta que um documento detalhando o plano para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi impresso no Palácio do Planalto em 9 de novembro de 2022. O material teria sido levado ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República à época.

Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou que “jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe”. Ele destacou que as conversas que chegavam até ele mencionavam apenas a possibilidade de instaurar um estado de sítio, um instrumento previsto na Constituição. “Quando falavam comigo, era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependeria do aval do Congresso”, declarou.

O estado de sítio é uma medida extrema, acionada em casos como grave crise nacional. Para sua implementação, o presidente precisa da aprovação do Congresso Nacional, após consulta ao Conselho da República e ao Conselho da Defesa Nacional. Durante sua vigência, direitos individuais são suspensos, e o presidente adquire poderes ampliados.

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Bolsonaro faz críticas a Moraes

Após o terceiro indiciamento pela PF, Bolsonaro voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso. Nas redes sociais, afirmou que o magistrado “conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa”. “Faz tudo o que não diz a lei”, atacou.

De acordo com informações divulgadas pela CNN, Bolsonaro acompanhava as notícias sobre o caso na casa do ex-ministro Gilson Machado, em Alagoas, ao lado de aliados. Pessoas próximas relataram que o ex-presidente já esperava pelo indiciamento, mas reagiu com irritação, especialmente pela atuação de Moraes. Ele demonstrou indignação ao saber da confirmação da denúncia.

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