pela primeira vez

Brasil assume presidência rotativa do G20; veja desafios

Além de guerra na Ucrânia, alto endividamento de economias emergentes e fragmentação geopolítica serão temas de peso

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(Crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O Brasil assumirá a presidência rotativa do G20 pela primeira vez, a partir de dezembro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá da Índia formalmente a missão de presidir o grupo no próximo mandato e fará o discurso de encerramento do evento.

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Entre os desafios que o Brasil administra são o alto endividamento de economias emergentes, a fragmentação geopolítica global e a guerra na Ucrânia, segundo especialistas ouvidos pelo portal DW.
O combate à desigualdade, à fome e o desenvolvimento sustentável no mundo devem ainda serem os temas-chave ao longo deste período, segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Ao ser questionado sobre o impacto da chegada de Lula à presidência rotativa do G20 em relação ao conflito no Leste europeu, o chanceler afirmou que o governo brasileiro condenou a invasão da Rússia à Ucrânia, inclusive em foros internacionais, mas busca um caminho para a paz.

“No G20, há países que sequer conversam com a Rússia e há países que tem a atitude brasileira. Acho que o local é o ideal para esse tipo de divulgação”, afirmou Vieira.

Para o ministro, a campanha pela necessidade de uma negociação de paz “está surtindo efeito e poderá continuar a surtir efeito, sobretudo agora, nessa importante reunião do G20”.

De acordo com analistas ouvido pelo portal DW, o Brasil é ambíguo sobre a guerra.

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“Os votos do país na ONU e as declarações do MRE são bastante moderadas, criticando a invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas as falas do presidente Lula e as falas do embaixador Celso Amorim, assessor Internacional, são muito mais simpáticas à Rússia. Embora reconheçam que a guerra é ruim, culpam muito mais o Ocidente que pelo conflito, além da Otan”, diz o cientista político Maurício Santoro, colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha.

Na última sexta-feira, o chanceler russo, Serguei Lavrov, deixou claro que não haverá declaração final neste fim de semana, caso a posição russa não seja refletida. Lavrov substituirá o presidente Vladimir Putin na cúpula. Outra ausência será a do presidente da China, Xi Jinping. O primeiro-ministro Li Qiang vai liderar a missão asiática. A divisão entre países e as ausências prejudicarão o consenso.

“Fica muito mais difícil conseguir uma convergência. Vamos ver se a Índia consegue consenso mínimo para ter um memorando até o fim do encontro”, afirmou o ex-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto.

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Até domingo, representantes dos países discutirão cada palavra de uma possível declaração final sobre o tema.

Simbolicamente empossado na presidência rotativa do G20 durante a reunião na Índia, caberá a Lula fazer o discurso de encerramento da cúpula, indicando os caminhos de sua gestão no grupo em 2024.

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