“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que, se ele perder as eleições, vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou Lula, de acordo com a agência Reuters. O governo ainda não divulgou a gravação oficial da entrevista.
O petista também enfatizou que Maduro deve respeitar o resultado de uma eleição e ir embora quando se perde a votação. Além disso, Lula prometeu que o Brasil enviará observadores e o assessor da Presidência de assuntos internacionais, Celso Amorim, para acompanhar o processo eleitoral.
“Eu já falei para o Maduro duas vezes, e o Maduro sabe, que a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo o mundo”, disse o presidente. “Se o Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático“.
Maduro e o ‘banho de sangue’
Durante um comício na semana passada, Nicolás Maduro afirmou que, se ele não vencesse, a Venezuela poderia cair em “um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida”.
🇻🇪 Maduro diz que Venezuela pode acabar em “guerra civil” e “banho de sangue” se não vencer as eleições do dia 28 de julho. pic.twitter.com/aU1xIwui3u
— Eixo Político (@eixopolitico) July 18, 2024
O governo brasileiro não chegou a se pronunciar sobre as falas do venezuelano, mas Lula citou o país em um discurso feito na última sexta-feira. “Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado“, disse.
Maduro busca seu terceiro mandato seguido. Seu principal concorrente é o ex-diplomata Edmundo González, escolhido por uma coalizão de partidos opositores. Sua candidatura foi anunciada após a filósofa Corina Yoris ter sido impedida de concorrer nas eleições.