eleições na Venezuela

Lula diz ter ficado ‘assustado’ com fala de Maduro sobre ‘banho de sangue’

Presidente afirmou que enviará observadores para acompanhar votação; eleições presidenciais na Venezuela acontecem no próximo domingo (28)

No cenário internacional, o presidente venezuelano Nicolás Maduro requisitou uma ligação com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva
No cenário internacional, o presidente venezuelano Nicolás Maduro requisitou uma ligação com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva – Créditos: Reprodução / Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre as declarações de Nicolás Maduro nesta segunda-feira (22) durante uma entrevista com agências internacionais de notícia. Na última quarta-feiura (17), o atual presidente da Venezuela havia afirmado que o país poderia passar por um “banho de sangue” e uma “guerra civil” se ele não fosse reeleito. As votações ocorrem no próximo domingo (28).

“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que, se ele perder as eleições, vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou Lula, de acordo com a agência Reuters. O governo ainda não divulgou a gravação oficial da entrevista.

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O petista também enfatizou que Maduro deve respeitar o resultado de uma eleição e ir embora quando se perde a votação. Além disso, Lula prometeu que o Brasil enviará observadores e o assessor da Presidência de assuntos internacionais, Celso Amorim, para acompanhar o processo eleitoral.

“Eu já falei para o Maduro duas vezes, e o Maduro sabe, que a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo o mundo”, disse o presidente. “Se o Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático“.

Maduro e o ‘banho de sangue’

Durante um comício na semana passada, Nicolás Maduro afirmou que, se ele não vencesse, a Venezuela poderia cair em “um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida”.

O governo brasileiro não chegou a se pronunciar sobre as falas do venezuelano, mas Lula citou o país em um discurso feito na última sexta-feira. “Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado“, disse.

Maduro busca seu terceiro mandato seguido. Seu principal concorrente é o ex-diplomata Edmundo González, escolhido por uma coalizão de partidos opositores. Sua candidatura foi anunciada após a filósofa Corina Yoris ter sido impedida de concorrer nas eleições.

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