"Dê o golpe jair"

Ministério da Defesa divulgou link de canal que pedia golpe de Estado em 2022

O Ministério da Defesa publicou um link que redirecionava os usuários para um canal com uma mensagem em defesa de um golpe de Estado.
Publicação feita no canal “Ministério da defesa” no Telegram – Crédito: Reprodução

Em novembro de 2022, quando Jair Bolsonaro (PL) ainda ocupava a Presidência, o Ministério da Defesa publicou em seu perfil oficial no X (antigo Twitter) um link que redirecionava os usuários para um canal no Telegram com uma mensagem em defesa de um golpe de Estado. A informação foi revelada pelo Estadão e confirmada pela CNN.

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Na época, a pasta era comandada pelo general Paulo Sérgio Nogueira e divulgava uma publicação sobre o relatório das Forças Armadas a respeito das urnas eletrônicas. O documento foi elaborado após o segundo turno da eleição presidencial.

A postagem oficial permanecia acessível até a última verificação e dizia: “#NotaOficial. Defesa informa sobre o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação“. Logo depois, o ministério orientava os usuários a acessarem o comunicado completo por meio de um link no Telegram.

O que havia no link compartilhado pelo Ministério da Defesa?

O endereço levava os usuários a um canal nomeado “Ministério da defesa” (com a inicial minúscula, um erro na grafia oficial). No espaço, era exibida a mensagem: “Dê o golpe jair“.

O canal não continha outras publicações e não pertencia à conta oficial do ministério na plataforma. O perfil legítimo da pasta no Telegram possui a grafia correta e o selo “Oficial” em seu nome de usuário (@MinisteriodaDefesaOficial), além de ter mais de 22 mil seguidores e realizar postagens regulares.

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Relatório não apontou fraude nas urnas

O relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas foi encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 9 de novembro de 2022, dois dias após a publicação feita pelo ministério no X. No documento, os militares não identificaram qualquer irregularidade no processo que levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.

Apesar da conclusão, a Defesa divulgou, no dia seguinte ao envio do relatório, uma nota sugerindo que não era possível descartar totalmente a hipótese de fraude.

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“O Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”, afirmou o informe publicado em 10 de novembro de 2022.

Leia também: PGR denuncia ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado

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