atos antidemocráticos

“Não havia ninguém armado”, afirma José Múcio sobre ataques de 8 de janeiro

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que não havia armas nem liderança identificável durante os ataques às sedes dos Três Poderes .
José Múcio disse que “houve uma combinação” nos atos de 8 de janeiro – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que não havia armas nem liderança identificável durante os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Segundo ele, os atos ocorreram sem um comando claro e sem armamento entre os manifestantes.

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Não havia um chefe, não havia ninguém armado, alguém que você pudesse se entender, alguém que você pudesse dialogar. Não vi uma arma. Sou capaz de dizer que quem organizou aquilo não foi, desistiu, não apareceu e ficou aquele quebra-quebra todo”, declarou Múcio no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (10).

O ministro classificou os acontecimentos como atípicos. “Foi uma coisa curiosa aquilo. Houve uma combinação”, acrescentou. Ele também destacou que os primeiros meses após os atos foram os mais difíceis de sua gestão.

Como Múcio avalia o impacto dos atos?

Segundo o ministro, o episódio gerou forte desconfiança em diferentes setores políticos. “Do dia 8 [de janeiro], até abril, eu me senti órfão, porque a direita estava ‘zangadíssima’ porque os militares não aderiram o golpe. E a esquerda porque achavam que os militares criaram aquele golpe, e, na verdade, nós devemos a eles não ter tido o golpe”, disse.

Múcio também comentou sobre o Projeto de Lei da Anistia, que propõe perdão a investigados pelos atos de 8 de janeiro. Para ele, a decisão cabe ao Congresso Nacional.

“Devia ter uma dosimetria, tem gente que quebrou uma cadeira, tem gente que armou esse movimento, se for tudo comprovado que este pague, se for um golpe, que este pague. Tem todo tipo, você não pode condenar uma pessoa da mesma pena, quem armou, quem financiou e quem foi lá encher o movimento. Isso é uma decisão que pertence ao Congresso Nacional”, afirmou.

O ministro disse esperar o encerramento das investigações para esclarecer as responsabilidades. “Porque só aí nós vamos deixar de fazer conjecturas e achismos e verdadeiramente encontrar o culpado. Nós vamos saber se havia um golpe arquitetado se nos inquéritos aparecerem as denúncias. Se não foi golpe foi um conjunto de baderneiros patrocinado por alguns empresários irresponsáveis que acharam que rasgando quadro, derrubando estátua, quebrando relógio, estavam fazendo um movimento político.

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