EMERGÊNCIA

O que é ‘craniotomia para drenagem de hematoma’, procedimento ao qual Lula foi submetido? Entenda

O que é 'craniotomia para drenagem de hematona', procedimento ao qual Lula foi submetido? Entenda mais
Presidente Lula foi operado ás pressas em razão de complicações decorrentes do acidente dompestico que sofreu na cabeça em outubro – Crédito: Claudio Reis/Getty Images

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por uma cirurgia de emergência para a drenagem de um hematoma nesta madrugada de terça-feira (10).

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O que é um hematoma cerebral?

Um hematoma cerebral resulta de uma hemorragia interna ou externa ao crânio. O sangramento pode ocorrer entre a dura mater — a camada mais externa das meninges — e o crânio, gerando um hematoma epidural.

Pode também surgir sob a dura máter, como no caso de um hematoma subdural. Outros tipos incluem o sangramento abaixo da membrana aracnoide (subaracnoide) e dentro das estruturas cerebrais (intraparenquimal).

O boletim de Lula não indica qual o tipo de hemorragia ele teve, mas é possível, como no caso dele, que o sangramento seja percebido um longo tempo depois da queda.

“Esse tipo de hematoma, que é decorrente de um trauma, pode acontecer algum tempo depois da queda. Pode acontecer um sangramento venosos e, com isso, o paciente demora para ter manifestações”, explica Gisele Sampaio, neurologista e professora da Unifesp.

Os sintomas iniciais de um hematoma cerebral podem surgir tardiamente, especialmente em casos de sangramento venoso lento. Dores de cabeça, tontura e confusão mental estão entre os sinais mais comuns.

Como funciona a craniotomia?

Quando um hematoma culmina em pressão significativa sobre o cérebro, a craniotomia pode se tornar necessária. Este é um procedimento cirúrgico que envolve a abertura do crânio para remoção do hematoma. Partes do osso craniano são temporariamente removidas para permitir que cirurgiões acessem e drenem o sangue acumulado.

“É um procedimento delicado em que se retira o pedaço do osso do crânio para realizar a drenagem. Depois da retirada, são introduzidos materiais cirúrgicos que, lentamente, drenam esse hematoma. É um procedimento bem delicado”, explicou a neurologista Gisele.

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Quando realizada por equipes especializadas, ela pode garantir a plena recuperação do paciente, dependendo da extensão do dano e da resposta individual à cirurgia.

Qual é diferença entre AVC e hematoma cerebral?

Embora o acidente vascular cerebral (AVC) e o hematoma cerebral envolvam hemorragias, eles representam condições diferentes. O AVC é classificado em dois tipos principais: hemorrágico e isquêmico. No AVC hemorrágico, um vaso sanguíneo no cérebro rompe-se, resultando em sangramento. No isquêmico, o fluxo sanguíneo é obstruído, privando células cerebrais de oxigênio.

Por outro lado, um hematoma cerebral é pelo acúmulo localizado de sangue devido a um trauma. Ambos exigem atenção médica emergencial, mas a origem e algumas abordagens de tratamento podem variar significativamente.

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Às vezes, o AVC hemorrágico pode se assemelhar a um hematoma, especialmente em casos de ruptura traumática após uma queda.

Quais são os passos para a recuperação?

A recuperação após a drenagem de um hematoma cerebral depende de vários fatores, como o volume do sangramento e se houve deslocamento ou danos permanentes ao tecido cerebral. A maioria dos pacientes pode esperar uma recuperação satisfatória, desde que haja monitoramento contínuo e cuidados adequados no pós-operatório.

Leia mais: Sequelas de AVC eram desafios diários de Milton Gonçalves

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