
Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal, prestará depoimento à Polícia Federal (PF), às 15h desta quarta-feira (17), a respeito da investigação da chamada “Abin paralela”. O parlamentar fluminense é pré-candidato a prefeito na cidade do Rio de Janeiro.
Ramagem era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e é investigado por supostamente ter usado o órgão para espionar ilegalmente desafetos do governo.
Ramagem teria gravado reunião com Bolsonaro
De acordo com as investigações da PF, o grupo usou sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial. O deputado federal é apontado como o responsável por gravar uma reunião que teve o ex-presidente entre os participantes e se discutia o uso de órgãos públicos para interromper investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do então presidente.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o sigilo da investigação, na segunda-feira (15), de uma gravação feita por Ramagem da reunião que contou com a participação também do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e com as advogadas do senador Flávio Bolsonaro.
Durante o encontro, ainda de acordo com as investigações, o grupo discutiu formas de usar órgãos oficiais para reverter investigação contra o senador do PL. A reunião ocorreu no dia 25 de agosto de 2020. Na época, Flávio era investigado por suspeita de rachadinha em seu gabinete durante o mandato de deputado estadual.
Renda do senador Flávio Bolsonaro
Servidores da Receita Federal estudaram movimentações do senador a partir de levantamentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf): os números apurados teriam mostrado incompatibilidade com a renda do senador.
Na reunião gravada, os participantes buscaram maneiras de desacreditar essas investigações usando órgãos do governo, de acordo com a Polícia Federal. Os participantes da reunião negam que tenham cometido qualquer irregularidade.
Também estavam presentes à reunião as advogadas Luciana Pires e Juliana Birrenbach, além Fábio Wajngarten – advogado do ex-presidente.
Na reunião, a advogada Luciana Pires confirma que Frederick Wassef pagou despesas médicas do ex-assessor Fabrício Queiroz, algo que Wassef sempre negou.
Na reunião gravada por Alexandre Ramagem, Jair pergunta qual é o problema do pagamento e a advogada conclui que é “zero”. pic.twitter.com/nWoBCgUZo9
— William De Lucca (@delucca) July 15, 2024