pagamento de propina

STF forma maioria para tornar réus deputados do PL por desvio de emendas

A Primeira Turma do STF já tem maioria para tornar réus três deputados do PL acusados de envolvimento em desvios de emendas parlamentares.
Os deputados federais do PL Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e Bosco Costa (SE) denunciados pela PGR – Crédito: Cleia Viana/Câmara dos Deputados e Mário Agra/Câmara dos Deputados

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria para tornar réus três deputados do PL acusados de envolvimento em desvios de emendas parlamentares. O julgamento ocorre no plenário virtual e se estende até 11 de março.

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Os ministros analisam denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE), atualmente suplente de deputado. A acusação aponta que o grupo participou de um esquema para desviar recursos destinados a um município no Maranhão.

O relator, ministro Cristiano Zanin, e os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia já votaram pelo recebimento da denúncia. Os ministros Flávio Dino e Luiz Fux ainda não apresentaram seus votos.

Como funcionava o suposto esquema dos deputados?

De acordo com a PGR, os parlamentares teriam solicitado R$ 1,66 milhão em propina ao então prefeito de São José de Ribamar (MA) para liberar R$ 6,67 milhões em emendas federais. A denúncia aponta Josimar Maranhãozinho como líder do esquema, com influência sobre as emendas dos demais deputados envolvidos.

A investigação também indica que Bosco Costa utilizava familiares para intermediar os repasses. A Polícia Federal apurou que o grupo exigia a devolução de 25% dos valores destinados à saúde do município, recorrendo até a ameaças armadas para garantir os pagamentos.

Se a denúncia for aceita, os deputados se tornarão réus e responderão pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva. A ação penal seguirá com coleta de provas, depoimentos e interrogatórios antes da sentença da Primeira Turma do STF.

O que dizem os ministros?

O relator Cristiano Zanin defendeu que há indícios suficientes para o recebimento da denúncia. “A tese acusatória de que os denunciados referidos neste tópico se organizaram de forma arquitetada para o cometimento de delitos contra a Administração Pública reúne elementos suficientes que autorizam, neste particular, o recebimento da denúncia”.

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O ministro Alexandre de Moraes destacou que as investigações apontam um esquema de corrupção institucionalizada e afirmou que os envolvidos “estariam unidos, com unidade de desígnios e propósitos, solicitando, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, em razão de função pública, vantagem indevida”.

A ministra Cármen Lúcia acompanhou o relator, mas não divulgou a íntegra de seu voto.


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