A segunda dose da vacina contra a Covid-19 pode atrasar?

Especialistas comentam os efeitos do atraso

A segunda dose da vacina contra a Covid-19 pode atrasar
(Crédito: Miguel Schincariol/Getty Images)

No último mês ocorreram diversos relatos de atrasos da segunda dose da vacina contra o covid-19 em alguns estados. Em São Paulo, a produção da CoronaVac estava paralisada desde o dia 14 de maio, e só foi retomada na quinta-feira passada (27) após o recebimento de 3 mil litros de insumos, que chegaram na capital na noite da última terça-feira (25). Com essa quantidade de insumo farmacêutico ativo (IFA) será possível fabricar 5 milhões de doses da vacina.

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O Instituto Butantan recomenda que a segunda dose da CoronaVac deve ser aplicada em um período entre 14 e 28 dias após a primeira. Já quem recebeu a dose da vacina AstraZeneca/Oxford (produzida no Brasil pela Fiocruz) pode esperar um pouco mais: o período recomendado é três meses.

Em ambos os casos, qualquer atraso é preocupante. “Os estudos, os níveis de eficácia, tudo é feito com base na aplicação das duas doses das vacinas”, explicou a doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, para o portal UOL.

“Uma aplicação só, portanto, deixa aquela pessoa vulnerável, ela não está protegida de forma adequada e pode adoecer”, alerta.

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A situação é preocupante porque a pessoa tem mais chances de ficar doente enquanto aguarda a aplicação. Mas, mesmo atrasada, a segunda aplicação deve ser feita assim que possível.

“O indivíduo não vai perder a imunidade constituída após a primeira dose”, afirmou Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), para o UOL. “A segunda dose é um reforço, uma forma de estimular o corpo a produzir um número ainda maior de anticorpos.”

O calendário de vacinação deve ser seguido de acordo com o imunizante utilizado. Ou seja, quem tomou a CoronaVac deve aguardar a segunda dose do imunizante estar disponível e não tentar receber a vacina da AstraZeneca/Oxford, por exemplo.

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“Esse uso cruzado não foi testado e não deve ser feito, pois é considerado um erro de aplicação”, explica a especialista.

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