
Uma dieta rica em alimentos ultraprocessados pode aumentar em até 58% a probabilidade de episódios depressivos recorrentes ou contínuos ao longo dos anos. Essa é a conclusão de um estudo recente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicada no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, que destacou uma relação significativa entre o consumo desses alimentos e o aumento do risco de depressão persistente.
Os dados utilizados para essa análise foram extraídos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), que monitora a saúde de servidores públicos em várias cidades brasileiras desde 2008. Os participantes foram categorizados com base na porcentagem de calorias diárias provenientes de alimentos ultraprocessados, variando de 0% a 72%.

O que são alimentos ultraprocessados?
Alimentos ultraprocessados são produtos que passam por diversas etapas de processamento e contêm ingredientes químicos como aditivos, conservantes e corantes. Esses alimentos, quando consumidos em excesso, podem ser prejudiciais à saúde devido à ausência de nutrientes essenciais e à presença de substâncias que podem desencadear processos inflamatórios.
De acordo com Naomi Vidal Ferreira, pós-doutoranda da FMUSP e autora principal do estudo, o consumo elevado desses alimentos está associado a um risco 30% maior de desenvolver o primeiro episódio de depressão ao longo de oito anos. A falta de fibras, antioxidantes e vitaminas nesses produtos é um dos fatores que contribuem para essa relação.
Como os ultraprocessados afetam a saúde mental?
A ausência de nutrientes essenciais nos alimentos ultraprocessados pode impactar negativamente o funcionamento do cérebro. Além disso, a presença de aditivos artificiais e gorduras saturadas pode promover inflamações, um fator associado ao desenvolvimento da depressão. Essa inflamação pode afetar a química cerebral, contribuindo para o surgimento de transtornos mentais.
Por outro lado, a pesquisa mostrou que substituir uma pequena porcentagem do consumo diário de ultraprocessados por alimentos minimamente processados pode reduzir significativamente o risco de depressão. Por exemplo, uma redução de 5% no consumo desses alimentos pode diminuir o risco em 6%, enquanto uma redução de 20% pode reduzir a probabilidade em 22%.
Quais medidas podem reduzir o risco de depressão?
Adotar uma dieta equilibrada e rica em nutrientes é fundamental não apenas para a saúde física, mas também para a prevenção de transtornos mentais. Optar por alimentos naturais e minimamente processados pode fornecer os nutrientes necessários para o bom funcionamento do cérebro e ajudar a prevenir a depressão.
- Incluir mais frutas, vegetais e grãos integrais na dieta.
- Reduzir o consumo de alimentos ricos em aditivos e conservantes.
- Priorizar alimentos ricos em fibras, antioxidantes e vitaminas.
Essas mudanças alimentares podem ter um impacto positivo significativo na saúde mental, destacando a importância de escolhas alimentares conscientes para o bem-estar geral.
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